JESUS, O MAIOR PSICÓLOGO QUE JÁ EXISTIU CAPÍTULO 10
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Conhecendo o seu poder pessoal

  Quando uma mulher samaritana veio tirar água, Jesus lhe disse: "Podes me dar de beber?” A mulher samaritana respondeu-lhe: "Como é que tu, um judeu, pedes de beber a mim, que sou samaritana?"... Em resposta Jesus lhe disse: "Quem bebe dessa água tornará a ter, sede, mas quem beber da água que lhe darei nunca mais terá sede."... A mulher pediu: "Senhor, dá-me dessa água para que eu não sinta mais sede."... Jesus lhe disse: "Vai chamar teu marido e volta aqui." A mulher respondeu: "Eu não tenho marido." Jesus disse: "Estás certa quando dizes que não tens marido. De fato, tiveste cinco e aquele que agora tens não é teu marido.” "Senhor", disse a mulher, "vejo que és um profeta. ... Eu sei que o Messias está para vir. Quando chegar, ele nos explicará todas as coisas.” Jesus então declarou: "Sou eu que falo contigo." Nisso chegaram os discípulos e se admiravam de que estivesse falando com uma mulher. Mas ninguém perguntou, ... "Que falas com ela?” Deixando então o cântaro, a mulher voltou à cidade e disse a todos: "Vinde ver um homem que me disse tudo o que fiz. Não será ele o Cristo?” João 4:7-30 O poder que exercemos sobre os outros pode ser inebriante, mas o seu efeito é temporário. Jesus teve na vida a experiência sempre satisfatória de alcançar o poder com os outros. Para ele, não existia poder isolado. Este fato era frustrante para os seus seguidores, porque muitos esperavam que Jesus se estabelecesse como um líder político e os indicasse para cargos influentes no seu novo reino. Jesus sabia que a pessoa verdadeiramente poderosa está mais interessada nas pessoas do que na política. Para ele, o verdadeiro teste do poder pessoal não reside em controlar os outros, mas em dar-lhes poder. Apesar de ter sido um dos maiores líderes espirituais da história, Jesus passou muito pouco tempo em lugares religiosos, pois quase sempre ficava onde as pessoas viviam. Ele estava interessado nas pessoas e exerceu grande influência na vida daqueles que conheceu. Jesus sabia que a empatia era o segredo do verdadeiro poder pessoal. Empatia é uma atitude de interesse e acolhida. É ela que possibilita o verdadeiro entendimento. Quando existe uma verdadeira empatia, o resultado pode ser transformador.1 A DEFINIÇÃO DO PODER PESSOAL "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus." Mateus 22:21 Justin é um homem poderoso. Ele é funcionário público de alto nível, possui vários cursos de pós-graduação e é conhecido em todo o país devido à sua carreira política. Justin custeou seus estudos na faculdade e conquistou a posição que ocupa hoje com o seu próprio esforço. Ele tem orgulho das suas realizações porque não espera que os outros lhe ofereçam oportunidades, preferindo ele mesmo criá-las. Por temer que sua carreira pudesse ser prejudicada, Justin tomou medidas para que ninguém soubesse que ele estava fazendo terapia. No mundo dos tubarões da política no qual ele vivia, ter sessões com um psicólogo poderia ser interpretado como uma fraqueza pela qual ele poderia ser comido vivo. Minha primeira tarefa foi mostrar a Justin que o consultório do psicólogo não é um lugar onde se consertam as pessoas. Ele não precisava de mim para lhe dar conselhos e corrigir seus problemas. Ele necessitava de mim para ajudá-lo a se compreender melhor, para que então ele pudesse dar melhores conselhos para si mesmo e fazer escolhas mais saudáveis. Para Justin, o poder era usado para chegar ao topo. Justin considerava o poder um bem escasso, ou seja, quanto mais ele tivesse, menos os outros teriam. Estava constantemente tentando manter o poder nos seus relacionamentos, imaginando que se abrisse mão dele acabaria na posição mais fraca. Esta idéia dava origem a uma contínua luta de poder nos relacionamentos pessoais de Justin. Durante o processo terapêutico, Justin e eu vivemos uma experiência diferente de poder. Embora no início ele se sentisse ameaçado pelo que supunha ser meu poder como terapeuta, esta sensação já não é mais tão intensa. Ele está começando a compreender que posso ser poderoso na vida dele de uma maneira que lhe confira poder, e isso é bom para ele. O trabalho realizado em comum é que promove essa compreensão. Justin inicialmente imaginou que eu tinha poder sobre ele porque tenho o grau de doutor e ele está me pagando. Agora ele percebe que é o nosso relacionamento que lhe dá o poder de compreender melhor a si mesmo. O fato de eu conhecê-lo o ajuda a se conhecer melhor. Está começando a entender o poder da maneira que Jesus queria que o compreendêssemos. Existem muitos tipos de poder: físico, político, financeiro, intelectual, espiritual, pessoal; a lista é bem longa. Embora algumas pessoas persigam o poder em todas as suas formas, Jesus só estava interessado no poder verdadeiro, aquele que perdura. Alguns pensam no poder pessoal como uma força que emana de alguém e possibilita que essa pessoa alcance a sua excelência individual. Para Jesus, o poder pessoal era uma ligação amorosa com os outros que resultava em algo muito maior do que a excelência individual. O poder pessoal é uma união espiritual entre seres humanos que faz com que cada pessoa seja mais do que ela poderia ser isoladamente. O poder pessoal não nasce dentro das pessoas; ele é uma força criada entre elas. Jesus sabia que César estava interessado em um tipo de poder que desapareceria quando ele morresse, e é por isso que disse: "Dai a César o que é de César." Jesus estava interessado no poder que transcende a morte. Para ele, o poder pessoal era o poder alcançado com outras pessoas e não sobre os outros. Ele achava que era um erro tentar obter poder individualmente. O tipo de poder que ele queria para nós só podia ser sentido se fosse partilhado. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O poder pessoal é o poder com outras pessoas e não sobre elas. O PODER DE SER CONHECIDO PESSOALMENTE "Eu vos conheço." João 5:42 Olívia veio fazer terapia para trabalhar a auto-estima. Ela queria ter mais confiança em si mesma e vencer a timidez. Lera alguns livros sobre auto-estima e tentara praticar as sugestões incluídas neles, mas sua maneira de pensar e de sentir não mudara muito. No final da nossa primeira sessão, Olívia pediu-me que lhe passasse uma tarefa para fazer em casa. —Gostaria de trabalhar um pouco a minha auto-estima todos os dias — disse ela. — Qualquer coisa que você me der para fazer vai me ajudar a lidar mais rápido com esse problema. —Acho que você já leu muito coisa sobre auto-estima - retruquei. — Talvez o que você precise aprender mais neste momento seja conhecer a si mesma, e acho que nós dois precisamos estar juntos para fazer isso acontecer. Pude perceber que o processo que levaria Olívia a compreender mais profundamente a si mesma se daria à medida que ela se sentisse conhecida. No decorrer dos meses seguintes foi exatamente isso o que aconteceu. Na terapia, descobri que Olívia sentia-se mal a respeito de quem era. Por isso, raramente se abria com as pessoas e mantinha em segredo os sentimentos negativos, com medo de que os outros pudessem sentir o mesmo por ela. Infelizmente, os segredos ocultos raramente se modificam com leituras ou conselhos. Ela precisava expor seus segredos para outra pessoa para poder sentir-se pessoalmente conhecida e acolhida. Este era o ponto de partida para a transformação da sua auto-estima. O fato de ela fingir ser uma pessoa diferente do que era não contribuía em nada para sua auto imagem. Ela precisava se sentir aceitável tal como era e a partir daí crescer e se aprimorar. A terapia de Olívia a tem ajudado muito. Em vez de querer que eu lhe forneça informações, ela passou a desejar ser conhecida por mim. Eu não a vejo mais como uma moça tímida, e outras pessoas também estão notando uma diferença. Acredito que Olívia esteja se tornando pessoalmente mais poderosa porque descobriu que é conhecida e compreendida, e isso não faz com que ela se sinta tão mal. Com efeito, perder o medo da verdade fez Olívia sentir-se muito melhor. Os seres humanos não podem viver isolados, e por isso procuramos nos relacionar com os outros. A experiência de sermos conhecidos e entendidos nos confere a sensação psicológica de que tudo está bem. Temos que perceber que somos conhecidos pelos outros, tal como somos - e não apenas pelo que fazemos - para nos sentirmos psicologicamente completos. Esse tipo de conhecimento é compartilhado entre as pessoas, pois são necessárias duas pessoas para criar o conhecimento pessoal. Quando ele se fundamenta na verdade, ambas as pessoas são transformadas e crescem. Jesus acreditava que fomos criados com o propósito de conhecer Deus e sermos conhecidos por ele. Um ponto central do seu ensinamento era comunicar o poder transformador de conhecer Deus, que não é um conhecimento intelectual e isolado, mas uma experiência que só se dá no relacionamento. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O conhecimento pessoal é criado entre as pessoas e não dentro delas. O PODER DA EMPATIA "Vinde ver um homem que me disse tudo o que já fiz'' João 4:29 John foi forçado a fazer terapia devido à sua dificuldade em se relacionar com as pessoas. Estava prestes a perder o emprego e a sua mulher ameaçava pedir o divórcio. Ele não gostava de psicólogos e achava que a terapia era um desperdício de dinheiro. Mas como queria mostrar à mulher que estava tentando fazer alguma coisa para manter o casamento, veio me procurar. Descobri logo que John era o tipo de pessoa de quem acho difícil gostar. Ele achava que tinha o direito de ser rude com os outros, freqüentemente agia de modo ameaçador e acreditava em vencer através da intimidação. Várias vezes em nossas sessões ele me provocava, como se estivesse procurando um motivo para discutir. Era brigão e orgulhava-se disso. Apesar da dificuldade em relacionar-me com John, vim a compreendê-lo com o tempo. Ele havia sofrido várias humilhações dolorosas na vida e sentia muita raiva por causa disso. Embora não se abrisse completamente comigo a respeito de seus traumas, cheguei a entendê-lo o suficiente para ajudá-lo a perceber a ligação entre sua raiva e os acontecimentos passados que ainda despertavam nele um desejo de vingança. Ele fora ferido, e alguém tinha que pagar por isso. Eu gostaria de poder dizer que me tornei uma figura semelhante a Cristo para John na nossa terapia e que foi isso que o curou da raiva. Mas em muitos aspectos fiquei bem aquém do que Jesus teria feito. No entanto, fiz uma coisa que o beneficiou. Eu o acolhi e compreendi o suficiente para ajudá-lo a conhecer-se um pouco melhor, ajudando-o a mudar. John terminou a terapia entendendo por que fica com tanta raiva e sendo mais capaz de lidar com isso e expressar seus sentimentos. Eu não diria que John está curado, mas afirmaria que ele melhorou muito. Apesar de ter sido difícil para mim, o fato de eu ter acolhido e compreendido com empatia a dor de John foi muito positivo na vida dele. Ele não conseguiu escapar do impacto da empatia. A mulher à beira do poço foi tão profundamente tocada pela forma empática com que Jesus a compreendeu que teve a sensação de que ele sabia "tudo o que ela tinha feito". Era assim que Jesus demonstrava o seu poder pessoal. Ele mostrava seu poder milagroso e espiritual em outras ocasiões,2 mas gostava especialmente de comunicar o poder pessoal por meio da sua empatia pelos outros, fazendo com que suas vidas se modificassem para sempre. Empatia é sinônimo de compreensão, e ninguém na história demonstrou ser mais capaz de evidenciá-la do que Jesus. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A maior expressão de empatia é sermos compreensivos com alguém de quem não gostamos. O PODER DA SOLIDARIEDADE "Deus amava tanto o mundo..." João 3:16 Supervisiono vários alunos de terapia no centro de aconselhamento onde trabalho. Gosto muito de trabalhar com terapeutas iniciantes porque eles trazem um grande entusiasmo para o exercício da terapia. É claro que eles não têm muita experiência quando começam a praticar, mas descobri que compensam a falta de prática com a compaixão que sentem pelos pacientes. Connie foi escolhida para ser a primeira paciente de Mary, uma das alunas que estão sob a minha supervisão. Connie, que tivera uma criação terrível, nunca fizera terapia antes e jamais falara com outro ser humano a respeito do abuso que sofrera quando criança. À medida que a terapia foi progredindo, Connie começou a sentirse segura o suficiente para compartilhar com Mary as experiências que guardara em segredo a vida inteira. Foi doloroso até mesmo para Mary ouvir o relato do abuso e da degradação humilhantes que Connie sofrera, mas ambas sabiam que o fato de Connie recontar a sua história era uma parte essencial da sua cura. Numa sessão, apesar de temer não estar tendo uma postura profissional, Mary não conseguiu se conter e começou a chorar. No final da sessão, as duas conversaram a respeito de como tinha sido doloroso para Connie sobreviver sozinha a tudo o que sofrera na infância. Mary sentia por Connie uma genuína compaixão, e ambas sabiam disso. Durante o período da minha supervisão, Mary e eu descobrimos que suas lágrimas espontâneas na presença de Connie tiveram um grande poder terapêutico. Até então, Connie sentia medo de compartilhar a sua história com alguém, por ter muita vergonha. Ela temia que quem escutasse o relato do abuso que sofrera ficasse tão zangado com ela quanto sua mãe ficara quando Connie acusou o pai. As lágrimas de Mary lhe transmitiram uma mensagem bem diferente: ela compreendeu que não era responsável pelo abuso e que poderia ser amada mesmo nos momentos em que se sentia menos digna de receber amor. Connie tinha medo de que os seus sentimentos negativos contra o pai a tornassem uma pessoa má, mas a solidariedade de Mary fez com que ela sentisse que tinha valor suficiente para que as pessoas se preocupassem com ela. Tanto Mary quanto Connie descobriram uma coisa que Jesus ensinou séculos atrás. A compaixão nos confere um poder pessoal. No caso de Mary, esse sentimento lhe deu o poder de facilitar a cura de Connie, que ninguém tinha feito antes. Solidariedade é diferente de empatia. Solidariedade é o sentimento de compaixão por outra pessoa, que pode assumir a forma de calor humano, misericórdia ou mesmo piedade. Podemos ser solidários com as pessoas mesmo quando não as entendemos. A solidariedade era um dos aspectos do poder pessoal de Jesus. Jesus não veio ficar entre nós porque "Deus amava tanto o mundo". Ele nunca se aproximou das pessoas transmitindo-lhes a idéia de que elas precisavam mudar para serem dignas de amor. Ninguém precisava fazer nada para conquistar o seu amor, pois ele amava as pessoas por serem quem eram, com todas as imperfeições que pudessem ter. Jesus era poderoso porque era solidário com as pessoas. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A compaixão é um precioso instrumento de transformação. AS PESSOAS OU A POLÍTICA? "O maior entre vós será vosso servo." Mateus 23:11 Halle era uma profissional bem sucedida que havia demonstrado que a mulher pode ser eficiente em um setor dominado pelos homens, mas o seu sucesso tivera um preço. Por saber que se fosse "excessivamente emocional" nas reuniões de negócios não seria levada a sério, Halle tornara-se perita em reprimir seus sentimentos. Ela conseguia alcançar com eficácia as metas da empresa, mas seus objetivos pessoais foram deixados em segundo plano. Durante a terapia, Halle e eu descobrimos algumas contradições na sua vida. Ela estava sendo obrigada a tomar decisões que atendiam profissionalmente, mas não emocionalmente, aos seus interesses. O fato de sufocar seus sentimentos a respeito das práticas injustas, e às vezes cruéis, dos seus associados preservava a sua posição na organização mas prejudicava sua saúde psicológica. Por outro lado, expressar esses sentimentos poderia ser benéfico do ponto de vista emocional, mas lhe custaria o emprego. Quando examinávamos os vários aspectos das escolhas que Halle estava fazendo, ela chegou a uma difícil conclusão. Embora descortinasse para si um futuro profissional brilhante se continuasse a calar-se ante as injustiças que presenciava, Halle concluiu que o preço a pagar seria excessivamente alto. Pessoas importantes na sua vida estavam sofrendo por causa das suas escolhas, inclusive ela mesma. Aquelas que ela menos respeitava eram as que estavam se beneficiando mais. Halle decidiu que não queria viver daquela maneira; para ela, a dignidade daquelas pessoas valia mais que o seu sucesso na empresa. Hoje, Halle é uma executiva de sucesso em uma organização sem fins lucrativos e adora o emprego. Ela moderou o seu estilo de vida para se adequar à redução salarial no novo emprego, mas melhorou muito sua qualidade de vida, pois se respeita mais e se relaciona melhor com as pessoas que ama. Halle não é mais tão ansiosa e deprimida e se sente feliz na maior parte do tempo. A felicidade e a paz de espírito não são sentimentos que ela costumava levar em conta a alguns anos no seu processo de tomada de decisões, mas hoje são os primeiros na sua lista de prioridades. A ambição pode levar as pessoas a procurar o poder político e profissional. Os seres humanos são ambiciosos por várias razões, algumas das quais bastante saudáveis e positivas. O poder pessoal, contudo, é motivado pelo amor. Jesus estava disposto a sacrificar qualquer coisa politicamente correta para preservar o seu poder pessoal. Nem mesmo aqueles mais próximos de Jesus compreendiam o seu poder pessoal. Seus discípulos discutiam entre si sobre quem seria a figura mais importante no reino político de Jesus que estava para ser criado.3 Sem dúvida, pensavam eles, uma pessoa poderosa como Jesus ascenderia à posição política de destaque que desejasse. Mas Jesus priorizou as pessoas quando disse: "O maior entre vós será vosso servo." Para ele, o poder pessoal sempre seria vivido dessa maneira. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Ser politicamente correto muitas vezes encerra um alto preço pessoal. A DIFERENÇA ENTRE CONFIANÇA E ARROGÂNCIA "Todos os que lançarem mão da espada, pela espada morrerão." Mateus 26:52 Brian havia lido muitos livros sobre autoconfiança. Ele buscava o sucesso e exercia seu poder através da intimidação. Para ele, autoconfiança era a força interior que lhe permitia atingir a supremacia pessoal sem sentir-se mal a respeito de si mesmo nesse processo. O conceito de autoconfiança de Brian o fazia trabalhar arduamente na sua carreira sem nenhum sinal de insegurança. Mas a sua vida pessoal estava se deteriorando. Os amigos se afastavam e eram substituídos por seus sócios nos negócios e por pessoas com interesses semelhantes aos dele. Seus colegas o temiam, e os seus relacionamentos com as mulheres estavam cada vez mais difíceis. Embora Brian afirmasse estar gostando de si mesmo mais do que nunca, todo mundo parecia estar gostando menos dele. Pouco a pouco, no decorrer da terapia, Brian percebeu que suas idéias a respeito da autoconfiança eram uma tentativa de encobrir suas carências. Ele queria sempre mais coisas porque sem elas sentia-se mal. Estava tentando dissimular maus sentimentos em vez de perseguir os bons. Brian agora está começando a redefinir a autoconfiança na sua vida, fazendo com que ela se baseie mais na satisfação interior do que no sucesso. Hoje ele se preocupa em usufruir mais daquilo que está ao seu alcance do que em buscar continuamente novas coisas. Brian está começando a compreender que a sua busca da supremacia pessoal não estava aumentando a sua autoconfiança e sim tornando-o arrogante. Concentrar-se em ser melhor do que os outros nunca o fez sentir-se bem a respeito de si mesmo. Para que isso acontecesse ele tinha que forçar uma situação. A paz interior não surgia naturalmente ou com facilidade. Brian está começando a entender o que Jesus quis dizer quando falou: "Todos os que lançarem mão da espada, pela espada morrerão." Seu modo de encarar o mundo como um campo de batalha psicológico onde somente os fortes sobrevivem o estava obrigando a fundamentar a sua opinião sobre si mesmo no que ele fazia e não em quem ele era. Isso nos obriga a depender sempre do último desempenho e nos deixa em estado de ansiedade ante o próximo desafio. Em vez de reforçar a autoconfiança de Brian, as vitórias nessa guerra estavam aumentando a sua arrogância, o que afastava as pessoas. Quando Brian passou a basear sua autoconfiança no fato de ser uma pessoa mais autêntica, começou a atrair as pessoas. Brian ainda é um homem de negócios extremamente bem-sucedido e está a caminho do topo da sua profissão, mas não quer estar sozinho quando chegar lá. As pessoas sabiam imediatamente que Jesus possuía poder pessoal e muita autoconfiança. Ele se sentia suficientemente seguro e à vontade para fascinar multidões ou acolher uma criança. Possuía a capacidade única de transmitir confiança sem ser confundido com um homem arrogante com necessidade de exercer controle. É fácil testar se estamos ou não na presença de uma pessoa autoconfiante. Diante de alguém que possui uma verdadeira autoestima, nós nos sentimos mais à vontade e poderosos. Na presença de uma pessoa que tem uma falsa auto-estima e está tentando compensar este fato com a arrogância, ficamos diminuídos e intimidados. Jesus não precisava que os outros se sentissem diminuídos para se sentir poderoso. As pessoas sentiam-se agradecidas por o terem conhecido. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A confiança fortalece, ao passo que a arrogância subjuga.



por Mark W. Baker

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