JESUS, O MAIOR PSICÓLOGO QUE JÁ EXISTIU CAPÍTULO 3

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Entendendo o crescimento 

"Ninguém põe um remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica pior. Nem se põe vinho novo em odres velhos. Do contrário, rompem-se os odres, o vinho escorre e os odres se perdem. Mas coloca-se o vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.” Mateus 9:16-17 Jesus ensinou que as pessoas que estão crescendo são sempre capazes de mudar sua maneira de pensar a respeito das coisas. À medida que nos desenvolvemos e mudamos, antigas convicções inflexíveis são destruídas e deixam de funcionar para nós, assim como um odre velho se rompe quando o enchemos com vinho novo que então se expande. As crenças que existem no nosso inconsciente são chamadas de princípios organizadores. À medida que passamos pela vida, acumulamos crenças a respeito de nós mesmos e do mundo que nos cerca. Esses princípios organizadores agem automaticamente, na maior parte das vezes sem que percebamos, determinando nossas escolhas e reações, e são a base da nossa auto-estima. É somente quando nos tornamos conscientes desses princípios organizadores inconscientes que podemos abrir espaço para novas convicções. Essa tomada de consciência promove o crescimento, assim como um odre novo acolhe o vinho novo.1 QUANDO A TOMADA DE CONSCIÊNCIA GERA O CRESCIMENTO "Nem se põe vinho novo em odres velhos." Mateus 9:17 Sempre que David entrava no meu consultório, era inundado por dolorosos sentimentos de insegurança. Ele morria de medo de falar o que sentia por temer dizer alguma coisa que me fizesse ficar triste com ele. O fato de David temer a minha rejeição resultava em longos e dolorosos silêncios nas nossas sessões. David tinha muitas lembranças de entrar no escritório do pai quando criança e ficar quieto, esperando que o pai conversasse com ele. Infelizmente, o pai estava com freqüência ocupado demais para notar a presença de David. Como o menino nunca falava e nem o perturbava, o pai nunca pediu que ele se retirasse, o que criou a seguinte crença -princípio organizador - no inconsciente de David: "Se eu não perturbar as pessoas, não serei rejeitado." O aspecto negativo desse princípio organizador era que David nunca tentava obter aceitação; ele estava constantemente tentando evitar a rejeição. Esse é um processo sem fim. Depois de algum tempo na terapia, David tomou consciência de que estava automaticamente supondo que iria ser rejeitado se dissesse qualquer coisa perturbadora. Como tinha um enorme cuidado para não incomodar as pessoas, ele nunca se abria o suficiente para descobrir se as suas suposições estavam ou não corretas. O resultado foi que nada mudou para David. Sua timidez evitava que ele fosse rejeitado, mas também o impedia de descobrir se iria ou não ser aceito. As coisas mudaram quando David compreendeu que seu medo da rejeição se baseava em uma convicção inconsciente. Quando ele se deu conta desse princípio organizador, conseguiu encarar de modo diferente seus relacionamentos com os outros. Em vez de pensar: "Preciso ficar quieto para evitar a rejeição", passou a pensar: "Sempre tive medo de dizer o que sentia, mas a não ser que eu fale nunca vou realmente saber como as pessoas irão reagir." Este pensamento lhe deu coragem para se abrir com as pessoas e ele começou a ter relacionamentos muito mais satisfatórios. Descobriu rapidamente que não iria ser rejeitado todas as vezes que dissesse o que estava pensando. De fato, passou a encontrar a aceitação que tanto queria receber do pai. O sentimento de ser aceito fortaleceu David e permitiu que ele crescesse e mudasse de muitas maneiras. Jesus tinha um objetivo. Estava decidido a tornar as pessoas conscientes do seu relacionamento com Deus. No entanto, ele sabia que tinha que enfrentar alguns obstáculos. Uma das maiores barreiras era o fato de as pessoas ficarem presas a suas antigas convicções e formas de pensar. Ele tinha que fazê-las perceber esse aprisionamento antes de conseguir que elas se abrissem a novas idéias. O crescimento humano é como o vinho novo. Jesus sabia que crenças antigas e inflexíveis são como os velhos odres que se rompem e não funcionam na presença do crescimento. Ele sabia que é necessário descobrir que as nossas antigas crenças precisam mudar se quisermos usufruir os benefícios do desenvolvimento. Como diz o antigo ditado: "Quanta água você consegue colocar em um barril de óleo de vinte litros? Nenhuma. Primeiro temos que tirar um pouco do óleo.” PRINCÍPIO ESPIRITUAL: As pessoas sábias estão sempre abertas a novas idéias e crenças, e até a respeito de si mesmas. QUANDO O CRESCIMENTO GERA A TOMADA DE CONSCIÊNCIA "Pois é pelo fruto que se conhece a árvore." Mateus 12:33 Como sabemos se uma macieira é saudável e está crescendo? Pela qualidade dos frutos que ela produz. Jesus sabia que o mesmo era verdade no caso das pessoas. Podemos achar que estamos nos desenvolvendo, ou dizer que estamos, mas nos enganarmos. Ou então podemos pensar que estamos fazendo um grande progresso na vida, mas depois descobrir que o crescimento só aconteceu quando nos tornamos conscientes de nós mesmos. Donna faz terapia há vários anos. Ela nunca teve muitos amigos, de modo que a sessão de terapia é um dos poucos momentos na semana em que ela se abre para outro ser humano. No início, achei que Donna talvez não fosse muito perspicaz, mas depois compreendi que para ela as ações falam mais alto do que as palavras. Passei muitas das sessões com Donna apenas ouvindo o que ela tinha a dizer. Levei algum tempo para perceber que era exatamente isso de que ela precisava. Raramente Donna pareceu se beneficiar com minhas idéias. O que ela parecia querer era a minha atenção completa e exclusiva. Depois de algum tempo, Donna me disse: "Fiz uma descoberta outro dia quando estava numa loja. Finalmente compreendi por que me sinto tão pouco à vontade ali dentro. Tenho sempre a impressão de que quando eu me aproximar do balconista, ele não vai gostar de mim. Acabei entendendo o que você vem tentando me dizer esses anos todos. A minha expectativa é de que as pessoas não gostem de mim. Agora eu entendo!” Fiquei ao mesmo tempo aliviado e um tanto ou quanto sem graça. Durante anos eu vinha tentando forçar Donna a assimilar a minha interpretação a respeito do seu medo inconsciente de que as pessoas não fossem gostar dela. No entanto, o que ela precisou foi simplesmente que eu a ouvisse com interesse e atenção, até sentir que eu gostava dela. Como passou a acreditar que eu poderia gostar dela, sentiu-se confiante o bastante para entender que a sua expectativa era de que os outros não fossem gostar. Às vezes o crescimento precede a descoberta. Jesus estava mais interessado em convidar as pessoas a terem um relacionamento com ele do que em defender uma filosofia. O fato de as pessoas compreenderem as coisas não era bastante para Jesus; ele queria que elas se relacionassem amorosamente com Deus e com os outros. Para ele, conhecer idéias era menos importante do que desenvolver relacionamentos pessoais. Jesus ensinava que as pessoas só conhecem a si mesmas quando se sentem amadas por Deus. Ele acreditava que só podemos realmente entender sua mensagem quando há um encontro pessoal. Assim, o crescimento que sentimos por sermos amados nos prepara para tomarmos consciência do que isso significa. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O conhecimento de nós mesmos é fruto do crescimento pessoal. A ARROGÂNCIA NASCE DO CORAÇÃO INSENSÍVEL "Por que seus corações são tão duros?" Marcos 8:17 Embora a Sra. Adams freqüente regularmente a igreja, temos a impressão de que ela não gosta realmente das pessoas. Ela está interessada em adquirir conhecimentos sobre a Bíblia, mas tem muito pouca tolerância com aqueles que sabem menos do que ela. Ao debater questões religiosas, ela parece a dona da verdade querendo mostrar aos outros em que ponto eles estão errados. Um dos seus ditados favoritos é: "Deus ajuda aqueles que ajudam a si mesmos." Este axioma a ajudou a sobreviver na vida, porque ela não estaria onde está hoje se não acreditasse na virtude do trabalho árduo. O problema é que ela parece ter pouco respeito pelos outros. Os membros da sua família têm medo de que qualquer coisa que façam não fique à altura dos padrões dela, e os membros da sua igreja sentem que ela os censura por não serem tão versados na Bíblia quanto deveriam. A Sra. Adams limita os seus relacionamentos com todo mundo que conhece porque só tem uma maneira de ver as coisas. Não há nada de errado com o conhecimento da Sra. Adams a respeito da Bíblia. Seu problema é que ela tem medo de alimentar qualquer idéia nova. Ela exibe uma quase arrogância com relação ao seu conhecimento da Bíblia para disfarçar o medo de não saber o que ela acha que deveria conhecer. A maneira autoritária de suas conversas com os outros tem mais a ver com o que ela sente no coração do que com o que sabe ser verdade na cabeça. Não é o amor da Sra. Adams pela Bíblia que a faz estudá-la com tanto zelo; é o seu princípio organizador - sua crença - inconsciente: "É preciso trabalhar arduamente para ser amada." Infelizmente, aqueles que não compartilham as convicções da Sra. Adams freqüentemente se sentem pouco à vontade em sua presença. Se ela fosse aberta a pontos de vista diferentes dos seus, talvez conseguisse aceitar melhor os outros e ser aceita por eles. Se não perceber que está sendo guiada por princípios organizadores inconscientes, e não por verdades bíblicas, é pouco provável que venha a mudar. Os princípios organizadores têm um aspecto positivo. Não poderíamos funcionar sem os princípios que desenvolvemos a partir das lições que aprendemos na vida. O aspecto negativo é fixar-se neles e recusar-se a mudar. Jesus ensinou que o pensamento rígido é prejudicial aos relacionamentos, porque precisamos ser abertos e sensíveis aos outros. Ele acreditava que a mente fechada é na verdade um problema do coração das pessoas, uma forma de insegurança e de defesa. Quando penso, como psicólogo, no que Jesus estava tentando fazer as pessoas perceberem, acho que ele procurava levá-las a descobrir que os princípios organizadores inconscientes não são maus por si. Ele não queria que as pessoas jogassem fora suas antigas leis e convicções; queria que elas acrescentassem outras às que já tinham e se dispusessem a mudar. Ele ficava frustrado com as pessoas que não queriam aprender nada novo. Aqueles que afirmam "saber tudo" fazem isso porque estão presos a princípios organizadores inconscientes e têm medo de mostrar qualquer ignorância. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Os donos da verdade precisam descobrir a verdade a seu respeito. POR QUE AS PESSOAS NÃO CONSEGUEM MUDAR "Sois aqueles que vos justificais" Lucas 16:15 Aaron só se interessou pela terapia depois de se divorciar. Sua exmulher insistira durante anos para que ele fosse se tratar, mas só depois de ela ir embora ele se decidiu. Aaron não achava que os problemas do seu casamento fossem totalmente causados por ele, de modo que se recusava a assumir a responsabilidade. Quando sua mulher dizia que ele precisava de terapia, Aaron se sentia acusado. Aaron começou sua primeira sessão fazendo declarações altamente positivas. —Minha infância foi ótima - afirmou. - Eu respeitava o fato do meu pai trabalhar muito para nos sustentar, não odeio a minha mãe e tenho uma boa auto-estima. Não estou sabendo como você pode me ajudar. Tudo que consegui responder foi: —Você é um homem de sorte. E me pergunto por que está aqui. —Bem, não quero que esse divórcio me prejudique - retrucou ele -, então achei que você talvez possa me dar alguns conselhos sobre o que devo fazer. Aaron não queria realmente os meus conselhos e provavelmente não os teria aceito. Na verdade, o que ele precisava era entender melhor a si mesmo para poder descobrir o que fazer. Era para isso que ele precisava da minha ajuda. Enquanto Aaron não percebesse que não se conhecia tão bem quanto imaginava, seria complicado ajudá-lo. É muito difícil ajudar as pessoas quando elas não acreditam que precisam de auxílio. Aaron deixou sua breve terapia igual ao homem que era quando começou. Embora tenha me garantido que aprendeu muito durante o tempo que passamos juntos, eu não estava certo de que ele tivesse aprendido muito a respeito de si mesmo. "Agora posso dizer que fiz terapia", anunciou ele orgulhosamente na nossa última sessão. "Ela confirmou algumas coisas que já venho pensando há algum tempo e me ajudou a me sentir melhor a respeito de mim mesmo." Geralmente fico feliz quando as pessoas se sentem assim, mas não no caso de Aaron. Eu estava esperando que, em vez de se sentir melhor a respeito de si mesmo, ele passasse a se compreender melhor. Jesus sabia que as pessoas têm a tendência de se "justificar". Temos o hábito de achar que somos acima da média, e para nos sentirmos assim procuramos minimizar nossos problemas. Mas não é o mesmo que enfrentá-los. As tentativas de Aaron de se justificar atrapalhavam a sua capacidade de compreender a si mesmo e ele não iria mudar enquanto continuasse a fazer isso. É muito difícil mudar o que não entendemos. Para mudar os padrões de pensamento e comportamento de uma vida inteira temos que nos conhecer e compreender. Sinto-me geralmente pouco à vontade quando as pessoas chegam dizendo coisas como: "Ninguém me conhece melhor do que eu" ou "Pensei sobre a minha infância e sei por que sou do jeito que sou". Acho que nos conhecemos parcialmente, e pensar que já entendemos tudo o que é preciso sobre nós mesmos é como colocar um par de antolhos que dificultam o crescimento e a mudança. A principal razão pela qual as pessoas não conseguem mudar é que elas não compreendem a si mesmas o suficiente para perceber quando a mudança é necessária. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Quando achamos que já chegamos, paramos de avançar. PARE DE VIVER NO PASSADO "Deixa que os mortos enterrem os seus mortos." Lucas 9:60 A mulher de Burt insistia com ele para que fizesse terapia. Como Burt estava interessado em ser bom marido e bom pai, ele fez o que ela estava pedindo. —Sei que não sou perfeito - disse ele -, de modo que gostaria de examinar meu temperamento. Às vezes fico muito zangado. —É um bom lugar para começar - eu falei. —Mas não quero ficar desencavando o que está morto e enterrado - prosseguiu Burt. - Gosto de esquecer o passado e seguir em frente. Para surpresa de Burt, fiz coro com ele. —Concordo plenamente com você. Se algo está morto e enterrado, não vejo nenhuma razão para revolvê-lo. Como a esposa lhe tinha dito que os psicólogos gostam de lidar com questões da infância, Burt não soube o que retrucar. Prossegui então: —Mas às vezes enterramos coisas que estão vivas. Burt não percebia que eventos do passado podem ainda estar nos influenciando hoje. Nós, psicólogos, não falamos sobre o passado por termos um interesse mórbido por circunstâncias dolorosas. Tentamos entender os acontecimentos passados para poder determinar até que ponto eles ainda estão vivos e ativos no inconsciente no momento presente. Embora ele não soubesse, a sua recusa de examinar o passado o estava mantendo preso a ele. Burt não ficava pensando no passado; ele estava vivendo nele. Quando começou a examinar os dolorosos eventos que recuavam até sua infância, passou a entender o que desencadeava suas explosões de raiva. Havia certamente acontecimentos que estavam mortos e enterrados, mas as coisas que provocavam nele uma reação emocional ainda estavam vivas e ele precisava lidar com elas. Quando se reconciliasse com essas coisas, poderia ficar livre para reagir de modo diferente quando um acontecimento do presente as trouxesse à tona. Só então Burt poderia realmente dizer que não estava vivendo no passado e que agora seguia adiante. Viver presos a princípios organizadores inconscientes faz com que vivamos no passado. É somente ao examinar as crenças inconscientes moldadas pelo nosso passado que podemos ficar livres para desenvolver as novas convicções de que necessitamos no nosso presente. Se não desenvolvermos novos pontos de vista, não teremos outra alternativa senão seguir as antigas convicções. Jesus ensinava o que os psicólogos acreditam hoje: que é melhor escolher conscientemente o que acreditamos no presente do que seguir inconscientemente os padrões do passado. As pessoas espiritualmente vivas estão crescendo e aprendendo coisas novas. Viver a partir de padrões rígidos do passado resulta na morte espiritual, antes mesmo da morte física. É assim que os "mortos" podem "enterrar os mortos". Se quisermos permanecer espiritualmente vivos, temos que desenvolver conscientemente novas convicções que surgem com o crescimento. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Aqueles que não aprendem com o passado vivem presos a ele. COMO AS PESSOAS CRESCEM "É na fraqueza que meu poder é mais forte." 2 Coríntios 12:9 Fred venceu na vida pelo próprio esforço. É um homem muito culto, bem-sucedido e que se encontra em boa forma física. A maioria das pessoas acha que Fred é um homem realizado, o que é exatamente o que ele pensa a seu próprio respeito. Fred se considera capaz de resolver com sucesso praticamente qualquer situação e não consegue ver nenhum aspecto negativo em si mesmo. O controle é importante para Fred. Ele quer controlar o seu peso, suas emoções e dirigir o seu destino. Considera uma fraqueza não estar no domínio da situação. Para demonstrar que está no controle, Fred constantemente acrescenta realizações à sua vida. Sua conta bancária está crescendo, ele está subindo na empresa e estuda à noite para obter outro diploma. As coisas estão melhorando na vida de Fred, mas a sua capacidade de desfrutar essas coisas está diminuindo e ele se sente insatisfeito e muitas vezes angustiado. O controle que exerce e os bens que acumula não estão mais funcionando como antes. Fred ainda não compreendeu que as circunstâncias estão mudando, mas ele não. Aumentar não é o mesmo que crescer. A necessidade de atingir um bom desempenho tem origem na convicção inconsciente de Fred de que quanto mais, melhor. Ele nunca realmente parou para avaliar essa convicção; simplesmente tem vivido obedecendo a ela. Em cada ano em que ganhou mais dinheiro, conquistou mais diplomas ou superou os números do ano anterior, ele na verdade não cresceu nem um pouco. Simplesmente viveu segundo os mesmos princípios organizadores que determinaram sua vida no ano anterior; apenas as quantidades e os detalhes das suas realizações foram diferentes. Ele continuou igual. Para realmente crescer, Fred teria que aprender algo novo a respeito de si mesmo, o que exigiria que admitisse para si e para os outros que ele não é uma pessoa completamente realizada. Mas isso é extremamente difícil para ele. Para que Fred crescesse espiritualmente, ele precisaria aceitar que não pode fazer tudo sozinho. Para adquirir força espiritual, Fred teria que primeiro tomar contato com sua fraqueza. Teria que reconhecer que precisa da ajuda dos outros para entender as coisas a respeito de si mesmo que não consegue ver. O que vai ajudar Fred a crescer é aprender a abrir-se para que os outros possam ensinar-lhe coisas a respeito dele. Fred sempre soube que só conseguimos o que queremos se pedimos, mas o que ele ainda não sabe é como pedir. Jesus ensinou que o crescimento espiritual não é um objetivo que possamos alcançar sozinhos. Precisamos de Deus e dos outros. Esta necessidade não é um sinal de fraqueza, e sim o começo da força. Muitas pessoas prefeririam acreditar que podem mudar por si mesmas em vez de pedir aos outros que as ajudem. Esta atitude geralmente impede o crescimento delas. A verdade é que não podemos nos conhecer o suficiente sozinhos. Os princípios organizadores inconscientes que moldam nossa vida estão essencialmente fora do alcance da nossa percepção. Precisamos de outra pessoa que nos revele coisas a nosso respeito que não conseguimos ver. Jesus queria nos mostrar que devemos pedir ajuda para poder crescer. Às vezes a única coisa que atrapalha é achar que pedir é sinal de fraqueza. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Até mesmo aqueles que conseguem o que querem precisam pedir o que necessitam. OS TERAPEUTAS E AS LÂMPADAS "Quem tem ouvidos, ouça." Mateus 11:15 Conheço uma antiga piada que diz: "Quantos terapeutas são necessários para mudar uma lâmpada queimada? Nenhum. Ela precisa querer mudar.” Embora seja preciso que os outros nos ajudem a crescer, também é necessário que tenhamos vontade de fazê-lo. É comum não querermos realmente crescer porque isso significaria ter que examinar o que existe dentro de nós, e tememos o que poderíamos ver. Kaitlyn foi criada para manter tudo em segredo. Ninguém na escola deveria ter conhecimento do caos e da vergonha que reinavam no seu lar. Quando chegava em casa, ela nunca sabia se iria encontrar a mãe desmaiada no chão da cozinha ou em que estado o pai estaria. Sem saber como lidar com o alcoolismo dos pais, ela simplesmente guardava tudo dentro de si. Após participar durante anos de um grupo de ajuda para filhos adultos de pais alcoólatras, Kaitlyn decidiu fazer terapia. Ela sabia que não era culpada pelo fato de sua auto-estima ser tão baixa, mas sentia que seria culpa sua deixar as coisas como estavam. Embora Kaitlyn acredite que tem medo de quase tudo, eu a considero corajosa. Para mim, ter coragem é saber que temos medo, mas mesmo assim escolher dizer sim à vida. O fato de Kaitlyn decidir fazer terapia foi exatamente isso. Ela tinha muito medo de falar sobre a infância; era um pesadelo que não queria voltar a viver. No entanto, Kaitlyn tinha vontade de tomar decisões melhores para a sua vida e estava determinada a fazer com que a terapia a ajudasse nesse sentido. No início, sua pergunta "Por que continuo a fazer essas coisas?" continha um sentimento de autocensura, porque ela tinha vergonha das decisões erradas que tomara. Mas logo a pergunta adquiriu um tom de curiosidade; ela realmente queria saber a resposta. Por mais doloroso que fosse discutir os acontecimentos da infância que haviam moldado dramaticamente sua personalidade, Kaitlyn estava sempre disposta a examiná-los, na esperança de mudar. Hoje, Kaitlyn não é mais a pessoa tímida na qual estava se transformando. Ela é capaz de concentrar-se no trabalho, de relacionar-se abertamente com os outros e não se sente atraída como antes por pessoas problemáticas. Kaitlyn cresceu. Uma das principais razões pelas quais Kaitlyn está diferente é o fato de desejar entender de que maneira o seu passado difícil contribuiu para ela ser quem é hoje. Sua infância ainda lhe causa medo, mas ela não vai permitir que seus temores a impeçam de compreender o que precisa saber a respeito de si mesma. Não é a ausência de medo que faz com que Kaitlyn tenha coragem suficiente para crescer; é fundamentalmente a sua disposição de entender as coisas que sempre a assustaram. Jesus estabeleceu uma distinção entre as pessoas que estavam interessadas em mudar a própria vida e aquelas que não estavam. Ele disse: "Quem tem ouvidos, ouça." Ele partia do princípio de que todo mundo era capaz de mudar e oferecia às pessoas a oportunidade de crescer baseada exclusivamente na disposição de aceitá-la. O crescimento exige que estejamos prontos para ouvir a nós mesmos e dispostos a lidar com o que encontrarmos. Jesus ensinou que temos que ter coragem para crescer. É preciso querer. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A coragem não é a ausência do medo e sim a presença da fé apesar do medo. ÀS VEZES NÃO PODEMOS VOLTAR PARA CASA "Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.” Mateus 13:57 Quando Emily procurou-me para fazer terapia, ela estava preocupada com a sua dificuldade em lidar com os relacionamentos no trabalho. Ela se considerava insegura e ineficaz com as pessoas. Logo percebemos que seus sentimentos de ineficácia estavam relacionados à sua mãe. Foi ela que fez Emily começar a acreditar que era um fardo para as outras pessoas. Se acreditamos que a nossa própria mãe nos considera um fardo, não é preciso muito esforço para imaginar que todas as outras pessoas nos vêem da mesma maneira. Emily estava presa ao princípio organizador inconsciente: "Meus sentimentos são um fardo para os outros." Esta crença inconsciente a tornava hesitante em todos os seus relacionamentos. O resultado era que a maioria das pessoas desconhecia a opinião de Emily, daí a dificuldade em se relacionar com ela. Infelizmente, a crença e a expectativa que tinha faziam com que as coisas acontecessem exatamente como ela imaginava. Durante o período da nossa terapia, Emily passou a conhecer o seu princípio organizador inconsciente. No momento em que ela tomou consciência dele, deixou de experimentá-lo da mesma maneira. Embora ainda achasse difícil expressar seus sentimentos, ela não pressupunha mais automaticamente que eles fossem um fardo para os outros. Essa mudança na perspectiva de Emily possibilitou que ela se tornasse muito mais aberta e eficaz nos seus relacionamentos. Quase todas as pessoas ficaram interessadas na transformação de Emily, exceto sua mãe. A capacidade de abrir-se e expressar seus sentimentos tornou ainda mais problemático o relacionamento das duas. À medida que começou a falar a respeito de como se sentia, até mesmo das coisas que a perturbavam, as discussões com a mãe chegaram ao auge. Emily agora tinha opiniões. — É isso que você está aprendendo na terapia? A botar a culpa de tudo em mim? - dizia a mãe. —Será que eu não posso discordar sem que você se sinta atacada? -retrucava Emily. Essas discussões raramente tinham uma conclusão satisfatória para qualquer das duas. Embora Emily sempre tivesse se sentido pouco à vontade perto da mãe, ela agora tinha mais consciência das razões deste fato. A mãe de Emily continuava agindo como se os sentimentos da filha fossem um fardo para ela. Emily precisava que sua mãe entendesse o que estava acontecendo para que as coisas pudessem se modificar, mas a mãe não percebia que alguma coisa precisava mudar. Quanto mais Emily se esforçava para fazêla compreender a necessidade da mudança, mais ela ficava zangada com a filha. Agora que mudou, as coisas jamais poderão voltar a ser como antes com a sua mãe. Emily não está desistindo do relacionamento com a mãe; ela está simplesmente insistindo para que elas tenham uma relação melhor do que a anterior. A mudança está acontecendo muito devagar, mas Emily acha que tanto ela quanto a mãe a merecem. Jesus ensinou que depois que se envolvem em um relacionamento com Deus as pessoas nunca mais conseguem olhar para o mundo da mesma maneira. Às vezes o crescimento espiritual significa uma mudança radical na nossa perspectiva e tem conseqüências nos relacionamentos. Às vezes nossos amigos e nossa família ficam felizes ao nos verem crescer e mudar; às vezes, não. Quando as pessoas à nossa volta não se alegram ao nos verem diferentes, temos que seguir em frente, desejando que um dia elas percebam o valor de nossa transformação. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A mudança nem sempre é um hóspede bem-vindo. CRESCIMENTO É TRABALHO "Tome a sua cruz e siga-me de perto." Marcos 8:34 (Living Bible) O processo do crescimento não apaga os nossos princípios organizadores. Nós nos lembramos do passado, mesmo que escolhamos nos libertar dele. Pode ser que em determinadas circunstâncias nos sintamos tentados a reagir da maneira antiga. Não podemos transformar imediatamente nossos antigos princípios organizadores em novos, mas podemos aprender a nos apoiar em outros até que os antigos se tornem uma memória distante. Jesus ensinou que o crescimento envolve um árduo trabalho. Precisamos estar preparados para assumir a nossa parte de responsabilidade se quisermos colher a recompensa. Megan voltou a fazer terapia porque percebeu que repetidamente saía com homens carentes que esperavam que ela assumisse o comando da situação, o que Megan acabava fazendo. Como já tinha feito terapia, ela sabia que essa característica sua era resultado do seu relacionamento com o pai, uma pessoa seriamente deprimida. Como era a filha predileta, Megan sempre se sentira responsável pela felicidade do pai e nunca se permitira ficar de mau humor na esperança de animá-lo. — Quero mudar — ela me disse. — Estou farta de homens carentes e perdedores. Quero me livrar de toda a bagagem do passado e seguir em frente. Onde estão os caras legais? Senti-me como se ela estivesse me convocando para assumir o comando da situação e respondi: —Você não pode mudar, mas pode crescer. Megan não gostou de ouvir isso e foram necessários vários meses para que ela compreendesse o significado da minha afirmação. A verdade é que os princípios organizadores inconscientes que Megan estruturou na infância são uma parte permanente do seu inconsciente terreno. Nenhum de nós é capaz de mudar isso. Ela provavelmente vai continuar a ter um movimento semelhante sempre que conhecer um homem que a faça lembrar-se de alguma maneira do pai. Mas o que efetivamente podemos mudar é a reação de Megan ao seu passado. Agora que está consciente de que se sentia responsável por cuidar do pai deprimido, ela não precisa continuar a agir como se isso ainda fosse verdade. Todas as vezes que se sentir tentada a "cuidar" de outro homem carente, pode perguntar a si mesma se está respondendo às necessidades do homem que está na sua vida agora ou à daquele que estava na sua vida há muitos anos. Ela é capaz de começar a perceber que pode se ligar ao homem da sua vida sem ter que "cuidar" dele. Responsabilidade significa "capacidade de responder", e agir automaticamente a partir de princípios inconscientes do passado elimina essa capacidade e a substitui pela obrigação de ter sempre a mesma reação. Quando Megan disse "Quero mudar", ela estava na verdade dizendo: "Não consigo mais suportar o que estou sentindo e quero que todos os maus sentimentos desapareçam." Crescer envolve avançar em direção aos bons sentimentos e não tentar escapar dos maus. Não podemos apagar os princípios organizadores de Megan, mas podemos ajudá-la a reconhecê-los, a lidar com eles e desenvolver outros. Megan pode aprender que as carências dos homens com quem se relaciona hoje são oportunidades de crescimento para ela e não exigências que precisa satisfazer. Embora isso signifique que Megan ainda precisa estar consciente de como se sacrificou por causa da depressão do pai, ela está mais capaz de superar o efeito que esse distúrbio exerceu sobre seu comportamento. Jesus falou sobre o processo de transformação espiritual como uma tarefa que precisamos abraçar repetidamente todos os dias. Ele convidava as pessoas para "tomarem a cruz" porque sabia que se tratava de um processo trabalhoso. Ele não oferecia às pessoas uma mudança instantânea. A vida melhor era para ele a própria decisão de percorrer o caminho difícil para segui-lo de perto. Esta escolha é o constante crescimento. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: As mudanças rápidas são freqüentemente temporárias, mas o crescimento lento transforma profundamente. 



por Mark W. Baker

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