JESUS, O MAIOR PSICÓLOGO QUE JÁ EXISTIU CAPÍTULO 6

Entendendo o vício
Um certo homem de posição perguntou-lhe: "Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna?" Jesus respondeu: "Por que me chamas de bom? Ninguém é bom a não ser Deus. Conheces os mandamentos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe." "Tudo isso eu tenho observado desde que era menino", disse ele. Ouvindo isso, Jesus lhe disse: "Ainda te falta uma coisa: vende todas as coisas que tens, distribui o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me'' Ao ouvir isso, o homem ficou triste, porque era muito rico. Vendo-o assim triste, Jesus disse: “Como é difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus.” Lucas 18:18-25 Algumas pessoas têm dificuldade em relacionar-se com Deus, mas, como precisam ligar-se a alguma coisa, colocam objetos no lugar dele. É assim que Jesus definia a idolatria. Ele sabia que o homem rico precisava renunciar à sua veneração pela riqueza para poder abrir espaço no coração para um relacionamento com Deus. Algumas pessoas têm dificuldade em relacionar-se com outras pessoas. Quando seus relacionamentos são ameaçados ou perdidos, elas os substituem por objetos. Esta é a definição de vício. O antigo problema da idolatria manifesta-se como o problema moderno do vício. Como descobriu o homem rico, quando os relacionamentos são substituídos por objetos, renunciar a estes pode ser muito difícil. Apegar-se a um objeto para compensar a nossa necessidade de amor insatisfeita pode funcionar, mas temporariamente. A euforia que extraímos da posse de certos objetos pode nos fazer esquecer que na verdade precisamos de algo mais profundo. No entanto, como o objeto é apenas um substituto do amor que trocamos nos relacionamentos, essa satisfação nunca é duradoura. Precisamos retornar repetidas vezes ao objeto para afastar os sentimentos de vazio e insatisfação. Segundo Jesus, o ídolo é um substituto do amor porque é uma tentativa de colocar um objeto no lugar de um relacionamento amoroso. O vício é um substituto do amor pela mesma razão. Lidar com as pessoas que não se sentem amadas e por isso se voltaram para o vício pode ser útil, mas somente durante algum tempo. Animar as pessoas que estão nessa situação também pode ser proveitoso, mas também é limitado. Apenas uma coisa é capaz de curar o vício humano e expulsar a idolatria: o amor genuíno. Os seres humanos só ficam satisfeitos quando experimentam o que é autêntico. O VÍCIO E A IDOLATRIA "Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Lucas 12:34 Tim era um empresário inteligente e bem-sucedido que veio fazer terapia por insistência da mulher. Não havia problemas entre os dois, mas o casamento estava monótono. Logo descobri que as queixas da mulher de Tim estavam relacionadas ao fato de o marido, apesar de presente fisicamente, ficar distante, bebendo uma quantidade de uísque que o deixava sonolento e incapaz de conversar que já existiu sobre questões mais profundas. Ele se justificava dizendo que esta era a sua maneira de relaxar e lidar com o estresse. Ela reclamava acusando-o de estar encobrindo os seus sentimentos que ela queria muito conhecer. Sugeri a Tim que parasse de beber enquanto estivesse fazendo terapia para que o casal pudesse lidar com tudo o que estivesse sentindo. Ele concordou, mas só conseguiu cumprir o combinado durante alguns dias. Quando os seus sentimentos atingiam um ponto no qual ele se via ameaçado de ser obrigado a conviver com eles, Tim não conseguia resistir e voltava a beber. Como acontece com freqüência em casos desse tipo, a terapia conjugal também começou a ficar monótona. Se as pessoas não conseguem expor seus verdadeiros sentimentos, nem mesmo a melhor terapia é capaz de produzir resultados. O ponto crítico aconteceu quando eu disse a Tim que não achava que a terapia iria poder ajudá-lo enquanto ele continuasse a beber. Infelizmente, apesar de perceber que estava destruindo seu relacionamento comigo e com a mulher, Tim não conseguiu parar. Sugeri que fosse a uma reunião dos Alcoólicos Anônimos, mas ele se recusou. Em vez de lidar com os seus sentimentos, Tim voltou-se para o uísque. Embora nunca fosse capaz de admiti-lo, a bebida passara a ocupar um lugar tão importante na sua vida que psicologicamente havia se tornado um vício e espiritualmente se transformara no seu Deus. Não sei como as coisas transcorreram depois para Tim, porque ele encerrou a terapia antes de conseguir mudar. Como o homem rico na parábola de Jesus, ele simplesmente foi embora. Podemos escolher entre as "coisas" e os relacionamentos. Quando elegemos as "coisas", submetemos a nossa vida a deuses que nos escravizam em vez de nos libertar. Jesus não tinha uma palavra para vício, mas ele compreendia que, quando criamos "deuses" que exigem a nossa atenção a ponto de destruirmos os nossos relacionamentos com outras pessoas, certamente estamos com graves problemas. A palavra que ele usava para isso era idolatria. Jesus disse algo ao homem rico: "Vende todas as coisas que tens, distribui o dinheiro aos pobres." Jesus desejava que o homem percebesse que as suas "coisas" ocupavam o centro do seu interesse. O homem tinha substituído um relacionamento genuíno com Deus por "coisas". Ele se viciara nos seus ídolos. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Nenhum substituto do amor perdura. O PROBLEMA COM AS DROGAS "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus.” Lucas 18:25 O motivo pelo qual as pessoas não conseguem abandonar os seus vícios é o fato de eles funcionarem — temporariamente. Voltar-se para algo que produz repetidamente uma espécie de conforto dá às pessoas uma falsa sensação de segurança. Elas conseguem afastar a dor de não conseguirem satisfazer as suas necessidades mais profundas. Os relacionamentos são desafiantes e trabalhosos porque nos fazem exigências. As coisas concretas são sempre as mesmas; sabemos o que esperar delas. No entanto, a satisfação proveniente do uso de coisas materiais como substitutos não é duradoura. A dor das necessidades essenciais acaba reaparecendo, e por isso voltamos à solução mais fácil, apesar de descobrirmos aos poucos que ela não é suficiente. Passamos então a precisar de uma quantidade cada vez maior, embora algo dentro de nós saiba que não é dela que realmente precisamos. É por isso que o vício é chamado de doença progressiva. Joguei futebol no colégio com Ricardo. Era uma pessoa extremamente gentil e educada fora do campo e excepcionalmente violenta e agressiva dentro dele, como se a sua personalidade se transformasse quando vestia o uniforme. Eu sabia que ele vinha de um ambiente familiar no qual sofria abuso e que tinha muitas coisas dolorosas para encobrir na vida. Hoje, ao olhar para trás, acho que sei de onde vinha toda a violência que ele despejava sobre os jogadores do time adversário. Ricardo era altamente considerado por todos. Os rapazes o respeitavam devido à reputação que ele conquistara no campo de futebol, e todas as meninas o admiravam por causa do seu jeito sofisticado. Sabíamos que Ricardo fumava maconha, mas não dávamos muita importância ao fato porque ele parecia estar sempre no controle da situação. Quando tínhamos dificuldades, Ricardo era a pessoa que encontrava uma saída. Todo mundo queria ser seu amigo. Vários anos depois de me formar fui visitar a minha cidade natal. A perspectiva de ver Ricardo me deixava animado e eu esperava com prazer o nosso encontro. Tragicamente, eu não poderia ter ficado mais desapontado. Tudo indicava que Ricardo passara a fazer uso mais intenso das drogas e voltara-se para substâncias mais pesadas. Às dez da manhã ele não conseguia permanecer alerta o suficiente para manter uma conversa. Sua mente divagava enquanto conversávamos, e o que ele falava freqüentemente não fazia muito sentido. Disse que não estava trabalhando naquele momento e tive a impressão de que estava tendo dificuldade em conseguir um emprego fixo. O rapaz que eu tanto admirara deixara de existir. Saí do nosso encontro sentindo-me muito triste. A tragédia na vida de Ricardo era que ele estava tentando lidar com os traumas dolorosos usando drogas. O uso das drogas ajudou-o a enfrentar as dificuldades durante a adolescência, possibilitando que fosse um dos rapazes mais populares da escola. No entanto, ser capaz de enfrentar problemas não é o mesmo que resolvê-los. Os demônios acabavam voltando e ele precisava de uma estratégia mais eficiente para enfrentá-los porque a antiga droga não estava mais funcionando. Ricardo apelava para uma substância material procurando lidar com sentimentos que só podiam ser examinados e resolvidos nos relacionamentos com outras pessoas. Tal como o homem rico que foi incapaz de renunciar ao apego à riqueza material, Ricardo estava dominado pelo vício devido à euforia que as drogas lhe proporcionavam. Quando a euforia diminuía, Ricardo voltava ao altar do seu vício em busca de outro adiamento temporário da sua dor. Tal como Jesus previu, é muito difícil desistir de qualquer tipo de idolatria. Jesus sabia que, quando passamos a nos apoiar em coisas materiais para nos sentirmos seguros, é muito difícil desistir delas. Foi isso que ele quis transmitir quando disse que "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus". Ele não estava falando a respeito de dinheiro e sim de idolatria. É fácil viciarmos-nos em coisas materiais e acreditar que elas podem substituir as nossas necessidades emocionais. Quando nos viciamos nelas, é muito difícil largá-las. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O problema das drogas é que elas nos fazem sentir melhor - apenas temporariamente. AS DROGAS NÃO PODEM NOS AJUDAR A CRESCER “Esforçai-vos não pelo alimento que se estraga e sim pelo alimento que permanece até à vida eterna”! João 6:27 Ashley é uma mulher incrível. Além de ser uma advogada de sucesso, é pianista clássica e está em melhor forma física do que mulheres bem mais jovens do que ela. É capaz de fazer quase tudo. A meta de Ashley é ter êxito em qualquer coisa que faça, e na maior parte das vezes é exatamente isso o que acontece. Procurou a terapia porque queria uma opinião profissional sobre como lidar com a ansiedade que sentia. —Você faz hipnose? - perguntou na nossa primeira sessão. —Não - respondi. —Achei que poderíamos chegar lá mais rápido - retrucou ela. —Chegar aonde? - perguntei. —Ao ponto em que eu não me sinta mais ansiosa, é claro - ela respondeu surpresa. Embora a vida de Ashley fosse complexa, o que ela buscava na terapia era bastante simples: definir uma meta e alcançá-la o mais rápido possível. Esta estratégia tinha dado certo em outras áreas da sua vida, de modo que ela esperava também poder aplicá-la à terapia. Rapidamente pude perceber que Ashley e eu tínhamos objetivos conflitantes. O dela era contratar-me para ajudá-la a se livrar de emoções perturbadoras. O meu era ajudá-la a compreender a si mesma para então lidar com essas emoções. Ela estava tentando livrar-se dos seus sentimentos, e eu estava procurando fazer com que ela entrasse em contato com eles. Tínhamos nas mãos um problema. Ashley era viciada no sucesso. Precisava ser sempre a melhor, possuir as coisas mais atualizadas e saber mais do que todo mundo. Ela acreditava que Deus queria o seu sucesso. O problema era que Ashley tinha criado um Deus à sua própria imagem e acreditava na euforia que os seus ícones de sucesso lhe proporcionavam. O fato de Ashley cultivar o sucesso estava conseguindo fazer com que ela não se sentisse mal com relação à sua vida. Ashley tinha tudo o que queria, mas como estava indo apenas atrás de "coisas" o benefício que recebia era limitado. Sempre que começava a sentir-se ansiosa, ela saía para fazer compras ou planejava uma viagem. Se em algum momento ela se perguntava sobre o significado da vida, pensava na sua realização profissional. O sucesso de Ashley era um grande antídoto para qualquer sentimento doloroso. Embora Ashley estivesse a cada ano fazendo um número cada vez maior de conquistas, descobrimos uma coisa interessante na terapia: ela continuava basicamente a mesma pessoa. Os seus objetivos eram os mesmos, apenas maiores. Os seus desejos eram os mesmos, somente menos satisfatórios. No nível material, a cada ano Ashley alcançava mais sucesso, mas no nível espiritual e emocional era como se vivesse repetidamente o mesmo ano. Ashley não precisava de uma nova droga para se sentir melhor; ela necessitava de um novo Deus. Ashley e eu acabamos descobrindo que a sua ansiedade estava lhe dizendo uma coisa. Ela gostava do sucesso, mas não era realmente feliz. Precisava entregar a sua vida a algo que lhe retribuísse à altura. O sucesso é um Deus egoísta - quando o veneramos, ele nos empobrece espiritualmente. Ele nos ajudará a colecionar ídolos, mas não nos ajudará a sermos pessoas melhores. Na verdade, o fracasso é mais eficaz neste sentido. Ashley chegou à conclusão de que, embora o seu portfólio estivesse crescendo, ela não estava. Precisava ouvir os seus sentimentos e não se livrar deles. Os deuses de Ashley estão mudando. O seu conceito de crescimento está começando a ter menos a ver com o sucesso profissional e mais com a qualidade dos seus amigos. Ashley já não tem tanta pressa porque a perspectiva de tempo do seu novo Deus é diferente. O surpreendente é que, apesar de não estar fazendo tantas coisas quanto antes, ela sente que está vivendo uma vida mais completa. Jesus constantemente orientava as pessoas para as coisas eternas. Ele sabia que a nossa atração pela gratificação instantânea resulta em uma satisfação temporária e em uma insatisfação crônica. Ele sabia que a euforia da idolatria é apenas um antídoto para a dor e o desapontamento na nossa vida. O sofrimento pára, mas apenas temporariamente. Esse tipo de antídoto neutraliza os sintomas, mas não cura. Jesus nunca encorajou as pessoas a evitar o sofrimento na vida, porque ele não estava interessado em um alívio rápido. Ele não queria que as pessoas apenas se sentissem melhor, mas que elas efetivamente melhorassem. A idolatria pode momentaneamente evitar a dor, mas impede também o crescimento. Enquanto nos preocupamos com os ídolos, permanecemos imaturos. A idolatria ajuda as pessoas a evitar as coisas, ao passo que o crescimento só acontece quando as enfrentamos. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Os viciados veneram um Deus egoísta. O VÍCIO RELIGIOSO "Se a vossa justiça não for maior do que a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos céus.” Mateus 5:20 Ryan freqüenta regularmente a igreja, oferece-se como voluntário e está sempre ansioso para discutir religião. Ele tem numerosas imagens e símbolos religiosos no seu apartamento e no carro, gosta de citar a Bíblia para reforçar o que esteja querendo provar, mas desconfia das pessoas que fazem o mesmo quando elas discordam da sua interpretação. Ryan é muito rígido a respeito de como as pessoas devem se tornar cristãs. Ele tem idéias muito firmes sobre como elas devem falar, o que devem ler, que tipos de divertimento são aceitáveis e como devem pensar a respeito dos assuntos sociais. Embora ele afirme ter entregue a Deus o controle da sua vida, quase todo mundo o considera muito controlador. Infelizmente, Ryan não deseja relacionamentos e sim discípulos. Ele precisa que os outros confirmem as suas convicções religiosas aceitando-as incondicionalmente. Ele não está usando a sua religião com o objetivo de estabelecer uma conexão e sim de impor seus pontos de vista. Esta nunca foi a intenção de Jesus. Embora Ryan diga às pessoas que deseja que elas sigam Jesus, na verdade é a ele próprio que ele quer que sigam. Internamente, ele vive dúvidas e angústias que tenta encobrir para si mesmo com seu fanatismo religioso. Um de seus amigos sugeriu certa vez que ele se consultasse com um terapeuta devido à dificuldade que estava tendo no relacionamento com a namorada. Mas Ryan desconfia da psicologia. Ele acredita que todos os problemas são resultado da falta de fé e duvida que a terapia possa ajudá-lo. A verdade é que Ryan não quer conversar com um terapeuta porque não deseja revelar suas dúvidas, inseguranças e sentimentos de confusão interior. Ele gosta de se sentir forte e no controle da situação. O que Ryan não percebe é que a sua religião é uma forma de idolatria, porque está sendo usada para encobrir sentimentos dolorosos em vez de ligá-lo a Deus e aos outros. Em vez de entender seus sentimentos, ele os dissimula com uma linguagem e com rituais religiosos. Ryan usa isso para se medicar contra a dor e o sofrimento, que é o oposto do que Jesus fazia. Ryan tornou-se viciado em controle, e a religião passou a ser a sua droga predileta para garantir a sensação de poder. Provavelmente será necessário que aconteça uma crise na vida de Ryan para fazer com que ele reexamine a sua religião e possa usá-la para favorecer o seu relacionamento com Deus. Para Jesus, a religião e a idolatria eram absolutamente diferentes. Os fariseus e os escribas eram pessoas sinceramente religiosas que não se consideravam idolatras, porque adoravam a Deus. Mas Jesus advertiu que não devemos usar a religião para parecer íntegros, escondendo dentro de nós os nossos verdadeiros sentimentos. Para ele, a integridade baseada nos relacionamentos era muito mais importante do que a integridade fundamentada em dogmas. Aquilo que Jesus descrevia como idolatria eu vejo hoje no meu consultório como vício. Para Jesus, o propósito da religião era favorecer o relacionamento com Deus e com os outros e não substituí-lo. Às vezes as pessoas usam a religião para se sentirem melhor, exatamente como os viciados com as drogas. No caso da idolatria, as leis e os rituais religiosos se tornam a "droga," proporcionando às pessoas à ilusão de serem melhores do que realmente são. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A religião é um caminho e não um destino. A TERAPIA PODE SER UM VÍCIO? "Confiai em Deus." João 14:1 Nem todo mundo que procura a terapia realmente deseja lidar com os seus verdadeiros sentimentos. O objetivo de algumas pessoas é simplesmente fazer com que seus problemas desapareçam, sem de fato procurar entendê-los. Quando a terapia é usada desta forma, ela corre o risco de se tornar uma espécie de droga viciadora. A tentativa de evitar sentimentos difíceis conduz ao vício, não a genuína expressão deles. Julia foi criada em uma cidade conservadora do Meio-Oeste onde aprendeu a importância de uma boa ética de trabalho junto com valores religiosos tradicionais. Ela é conscienciosa a respeito de tudo o que faz e sempre mantém a palavra quando assume um compromisso. Seu relacionamento com a mãe foi horrível, e ela tem dificuldades em relacionar-se com o marido, mas recusa-se a admitir que a mãe e o marido tenham qualquer parcela de culpa na infelicidade da sua vida. "Isso são águas passadas", disse quando fiz perguntas sobre a sua infância. "Sou a única responsável pelos problemas na minha vida, ninguém mais é culpado.” Apesar de sentir-se mal, Julia não consegue imaginar como poderia modificar sua vida. Julia era excessivamente responsável. Ela se culpava por tudo o que estava errado na sua vida. Não procurou a terapia para entender seus sentimentos, pois achava que já os entendia. Ela acreditava que estava errada e apenas queria que eu lhe dissesse como se comportar para melhorar a situação. Havia muitas coisas que Julia precisava entender a respeito de si mesma, mas era difícil convencê-la disso. Por exemplo, ela se sentia culpada com relação ao seu relacionamento com a mãe e o marido, assim como a respeito de muitas coisas na sua vida, e culpava-se como um tipo inconsciente de autopunição. Infelizmente, Julia estava querendo usar a terapia para eliminar esses sentimentos em vez de trazê-los à tona. A terapia é extremamente útil para as pessoas que chegam à conclusão de que não têm respostas para seus problemas e desejam entendê-los. Julia estava convencida de que fazer perguntas sobre os seus sentimentos ou o seu passado era uma perda de tempo. "Muito bem, eu me sinto triste a respeito disso", disse ela quando descobrimos seus sentimentos de dor com relação ao seu casamento. "Então o que é que eu posso fazer de diferente?" Ela se preocupava em mudar seu comportamento, sem perceber que suas atitudes provinham de sentimentos que precisavam ser examinados. Ela estava convencida de que concentrar-se nos sentimentos só iria piorar as coisas. A terapia de Julia começou a funcionar melhor quando ela finalmente foi capaz de abrir-se aos seus sentimentos mais profundos e acreditar que este procedimento a ajudaria a crescer. Embora não pudesse percebê-lo, ela estava antes tentando usar a terapia como um vício. No entanto, a terapia usada para evitar os sentimentos dolorosos não ajuda as pessoas a mudar. Além disso, como Julia descobriu, tampouco as ajuda a confiar mais nos relacionamentos, inclusive no relacionamento com Deus. Julia começou a sentir-se diferente a respeito da sua vida quando parou de tentar fazer com que eu lhe dissesse o que fazer e começou a procurar descobrir como se sentia com relação ao que já tinha feito. Ela percebeu que os seus sentimentos de culpa faziam com que ela se criticasse demais e começou a compreender a diferença entre autocondenação e responsabilidade. Passou a usar a terapia para descobrir como usar os sentimentos de uma maneira construtiva nos seus relacionamentos com os outros. Quando a terapia tornou-se um recurso capaz de ajudá-la a ser mais consciente, o relacionamento dela com a mãe, com o marido e com Deus melhorou muito. Jesus acreditava que precisamos confiar em Deus. Para ele, Deus era a fonte suprema de força e poder para viver a vida. Algumas pessoas religiosas criticam a terapia acreditando que ela nos afasta de Deus. Em geral, quem acha isso tem pouca experiência com a terapia ou tentou usá-la como vício. Descobri que, pelo contrário, as pessoas que se tornam mais maduras e conscientes através da terapia conseguem aprofundar a sua confiança em Deus e nos outros com muito mais liberdade. Para Jesus, não havia conflito entre confiar em Deus e depender dos outros. Ele dependia dos amigos mais chegados e os estimulava a depender dele de uma maneira que fortalecia a confiança deles em Deus. A nossa capacidade de contar com os outros compartilhando os nossos sentimentos mais íntimos aprofunda a nossa capacidade de ter fé. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A terapia é um processo de dependência saudável. TER NECESSIDADES NÃO FAZ DE NÓS PESSOAS CARENTES "Confiai também em mim." João 14:1 "Eu gostaria de trabalhar a minha auto-estima", anunciou Grace na nossa primeira sessão. "Sei que pode ser difícil, mas a maioria das pessoas não me compreende. Espero que você possa me ajudar.” Grace fizera terapia antes e acreditava que tinha progredido muito, mas ainda se sentia mal a respeito de si mesma e queria tentar melhorar este sentimento. Era muito insegura na presença de outras pessoas e não tinha muitos amigos. Freqüentava algumas reuniões de grupo na sua igreja, mas nunca tinha feito amizade com ninguém. Grace se via como uma pessoa desajustada que queria desesperadamente pertencer a algum grupo. Se alguém lhe dava atenção, ela se agarrava a essa pessoa como se este fosse o único contato humano que iria obter. Grace detestava ser tão carente, mas não conseguia mudar. No início, Grace telefonava para mim com relativa assiduidade entre as consultas por causa de alguma crise sobre a qual queria conversar. Aumentamos a freqüência das sessões, o que ajudou, mas Grace ainda se via envolvida em estados emocionais com os quais não conseguia lidar. Ela precisava telefonar-me para pedir ajuda. Grace não queria admitir, mas estava com medo de ter me transformado em um ídolo e de ser uma pessoa fraca demais para lidar com as dificuldades sem a minha ajuda. Era como se fosse viciada no nosso relacionamento, precisando de "doses" regulares de minha ajuda para conseguir atravessar a maioria dos dias. Com o tempo, Grace e eu viemos a perceber que o seu problema não era o fato de ela depender excessivamente de mim e sim de ela ter horror de depender de mim. Quando coisas desagradáveis lhe aconteciam, ela dizia para si mesma que dessa vez não iria me telefonar, porque precisa lidar sozinha com os problemas. Essa situação acabava causando mais ansiedade, pois, além de enfrentar o problema que a estava incomodando, ela ainda tinha que lidar com a vontade de não precisar de mim. O aumento da ansiedade fazia com que Grace sentisse uma necessidade ainda maior de falar comigo, vontade que procurava combater, e em pouco tempo ela se via dominada por um pânico insuportável. Grace acabava sentindo-se como um viciado em drogas na fase de desintoxicação, precisando desesperadamente ouvir a minha voz para se acalmar. As coisas começaram a mudar quando ela parou de achar que era excessivamente carente e compreendeu que precisar de mim era uma parte normal do processo da terapia. Quando Grace aceitou o fato de que dependia de mim, ela ficou mais livre para lidar com os seus sentimentos durante a semana sem o peso da vergonha de ter necessidade de falar comigo a respeito deles. Seus telefonemas diminuíram, porque ela já não se criticava tanto por querer me telefonar. Na maioria das vezes, passou simplesmente a ligar para a minha caixa postal e deixar uma mensagem, sem precisar que eu ligasse de volta. O simples fato de saber que podia contar comigo já era suficiente. Como Grace não estava mais se sentindo tão mal por precisar de mim, deixou de alimentar sentimentos muito negativos com relação a si mesma. Afinal de contas, talvez ela não fosse uma pessoa tão fraca, mas apenas uma mulher que de vez em quando tinha sentimentos intensos e queria ter a certeza de que outra pessoa a entenderia. Apesar de ter demorado um pouco, Grace veio a compreender um aspecto fundamental da sua condição humana contra o qual estivera lutando. As pessoas são criaturas dependentes. Precisamos dos outros para sermos completos. Grace percebeu na sua própria vida que Jesus pedia que confiássemos nele, não porque fôssemos fracos e carentes, mas porque esta é a única maneira pela qual podemos crescer plenamente. Jesus encorajava as pessoas a confiarem nele e a contarem com ele. Ele não encarava a dependência como um problema, mas como algo necessário para uma vida espiritual realizada. Jesus compreendia que os seres humanos precisam depender de Deus e dos outros para sobreviver. Tentar ser totalmente independente significa rejeitar a nossa natureza fundamental. Para Jesus, a nossa capacidade de ser vulneráveis e acolher a nossa dependência é que nos conduz à totalidade. Aqueles que se recusam a ser dependentes estão apenas fingindo que têm tudo de que precisam. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Ter necessidades não nos torna carentes. COMO ENCONTRAR A SERENIDADE "Comigo está o Pai que me enviou." João 8:16 Rudy era viciado na sua raiva. A carga de endorfina que acompanha uma explosão de raiva proporcionava-lhe uma sensação quase eufórica de poder e confiança para lidar com seus problemas. Sempre que Rudy se sentia inseguro ou ameaçado, ele tinha à mão a droga que escolhera. Desta forma, nunca tomava contato com sua fraqueza ou insegurança, porque em qualquer circunstância a raiva o fazia sentir-se instantaneamente forte e poderoso. Rudy cresceu com um pai distante e exigente. Provavelmente para compensar a ausência emocional do pai, sua mãe o protegia excessivamente. Rudy sentia-se inseguro pelos dois lados: ele não se considerava à altura das expectativas do pai, e o excesso de proteção da mãe fazia com que ele não se achasse capaz de realizar as coisas por si mesmo. Ele tinha medo de experimentar coisas novas, embora fosse muito inteligente e capaz de descobrir como fazê-las rapidamente. Rudy detestava ter medo, mas sentiase atemorizado a maior parte do tempo. O chefe de Rudy insistiu que ele fosse fazer terapia porque a sua raiva estava atrapalhando o seu desempenho no trabalho. Não gostava de conversar comigo sobre o seu passado e era difícil identificar exatamente o que estava sentindo a maior parte do tempo. Aos poucos fui percebendo que ele só manifestava duas emoções: raiva e apatia. Rudy vivia a maior parte do tempo quieto e insatisfeito com a vida. Era basicamente infeliz porque sentia como se estivesse vivendo abaixo do seu potencial. As únicas vezes em que Rudy se sentia realmente vivo era quando estava zangado. Sua raiva lhe dava a capacidade de concentrar-se e sentir paixão. Por isso a raiva se tornara um vício com que ele procurava encobrir sentimentos de insegurança que o tornavam vulnerável e fragilizado. Esta sensação o deixava furioso de tal forma que, quando começava a dar vazão à sua raiva, era quase impossível acalmá-lo. Passado o acesso, Rudy sentia-se pior por ter perdido o controle, o que o tornava ainda mais suscetível de ficar magoado e de recomeçar todo o ciclo da raiva. Com o tempo, Rudy e eu viemos a entender que a sua insegurança era proveniente do fato de ele se sentir sozinho no mundo. Desde a infância, ele achara que não contava com o interesse do pai e a confiança da mãe. Nunca houve ninguém para quem ele pudesse se voltar em busca de uma ajuda genuína. Sem poder contar com ninguém, Rudy tinha a impressão de que o peso do mundo estava sobre os seus ombros, o que parece uma tarefa grande demais para qualquer pessoa. Quem não se sentiria inseguro nesta situação? Pouco a pouco Rudy começou a deixar que eu compartilhasse parte do seu fardo emocional. À medida que passou a confiar em mim, sentiu-se menos solitário e inseguro. Os seus acessos de raiva se tornaram menos freqüentes porque ele já não ficava magoado tantas vezes e não precisava se medicar com a raiva. Rudy descobriu que tinha todo um leque de emoções sobre as quais podia falar, agora que havia alguém com quem podia contar para ajudá-lo a entender os seus sentimentos. Rudy precisava de uma pessoa ao lado de quem pudesse sentir-se em segurança. Quando permitiu que eu "substituísse" seus pais nesta condição, ele descobriu uma importante verdade a respeito da natureza humana. É uma verdade que Jesus ensinou: atingimos a verdadeira serenidade quando sabemos que podemos contar com alguém que nos faz sentir seguros. Desenvolvemos a capacidade de nos acalmar ao sermos tranqüilizados por aqueles que se preocupam conosco. Podem ser os outros, mas podemos ser nós mesmos quando nos fortalecemos emocionalmente. O motivo pelo qual muitas pessoas se voltam para os vícios é o fato de nunca terem tido no passado alguém que as ajudasse a sentir-se seguras, desenvolvendo assim a capacidade de serenar a si mesmas. Elas usam o vício para se acalmar artificialmente ou para evitar o medo. Jesus sabia como encontrar a serenidade: permanecendo ao lado de Deus. Todos estamos em busca de segurança e só podemos encontrá-la se nos sentirmos protegidos dos perigos existentes na vida. Onde no universo poderíamos encontrar um lugar mais seguro do que ao lado do nosso Criador? Jesus acreditava que só então poderíamos encontrar a paz de espírito. Para ele, aqueles que encontram a verdadeira serenidade nunca estão sozinhos. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: As pessoas verdadeiramente serenas nunca estão sozinhas. A CURA É O AMOR "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" João 15:12 Jordan é uma ex-viciada em cocaína que participa de um programa de recuperação. "Tenho dois anos de abstinência e acho que está na hora de examinar alguns dos meus problemas com a ajuda da terapia", declarou ela na nossa primeira sessão. Ela é uma mulher atraente que viveu intensamente num ritmo rápido. Seu antigo hábito de usar drogas estava associado a um estilo de vida extravagante que envolvia noitadas, viagens exóticas e gastos elevados. Agora ela estava grata pela nova vida, mas sem dinheiro. "Todo aquele divertimento teve um preço, mas procuro achar que tudo isso foi necessário para que eu chegasse onde estou hoje.” Jordan tinha uma longa história de relacionamentos intensos e superficiais com homens durante o tempo em que usou a droga. Agora ela estava tentando descobrir como fazer as coisas de um modo diferente. "Tudo era mais simples antes", explicou. "Nunca esperei realmente nada além de bons momentos com aqueles caras, de modo que nunca fui ferida. Agora tudo é muito complicado." Jordan estava acostumada a se conectar através do sexo e das drogas - meios bem reais e concretos de lidar com os relacionamentos. Jordan está tomando contato com inúmeros outros sentimentos. Ela pensa com dor e vergonha nos dias em que usou as drogas por causa da maneira como se comportava nos relacionamentos. Chegou a procurar várias pessoas e pedir desculpas por sua conduta. Ela se lembra que repetia "Eu te amo!" automaticamente para quase todo mundo que conhecia naquela época, como se fosse uma espécie de saudação que pudesse ligá-la instantaneamente aos outros. Agora ela não faz mais isso, não porque não goste das pessoas, mas porque está começando a descobrir o que significa amar de uma maneira muito mais profunda. Hoje Jordan está tentando ligar-se às pessoas usando os sentimentos. Procura também ouvir os sentimentos dos outros e acolhê-los com atenção. Ela não diz mais "Eu te amo!" para pessoas que conhece superficialmente, porque hoje acredita que o amor é resultado de um processo. Jordan tem amigos e os ama sem vinculá-los a sexo ou drogas. Seus relacionamentos tendem a durar muito mais e a experiência de se sentir amada é magnífica e merece um investimento maior. Ela não está interessada em substitutos para o amor, agora que descobriu o que é ter o amor verdadeiro. Os viciados amam os ídolos, mas estes não podem retribuir o amor. O vício impede o amor de amadurecer. Quando as pessoas escolhem um objeto como substituto do amor, o amadurecimento delas é interrompido. Quando os viciados conseguem renunciar ao seu apego aos ídolos e descobrem a alegria de se relacionar com pessoas capazes de amá-las ficam maravilhados. Jesus ensinou que devemos amar e ser amados para amadurecer espiritualmente e que a idolatria do vício impede que isso ocorra. Jesus acreditava que o amor é a força mais poderosa do universo. Ele ensinou que Deus é amor e que o amor é a força criativa que supera todos os problemas do mundo. O amor é o ponto central dos ensinamentos de Jesus e é o elemento essencial para a cura do coração humano. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O amor cura. POR QUE DEUS ODEIA A IDOLATRIA "Não acumuleis riquezas na terra, onde a traça e a ferrugem as corroem.” Mateus 6:19 Presenciar o nascimento de um ser humano é um acontecimento poderoso. Eu só compreendi realmente isso quando assisti ao parto do meu filho Brendan. Minha mulher, Bárbara, e eu planejamos esse evento durante muitos anos. Fizemos vários cursos e lemos uma extensa literatura sobre o assunto. Eu não poderia estar mais preparado, e no entanto ainda não estava. Ter um filho não é uma coisa que podemos aprender com os outros; é algo que temos que experimentar pessoalmente para saber como é. O parto de Bárbara foi difícil. Após 33 horas de contrações, chegamos à conclusão de que a cabeça de Brendan era grande demais e que ele teria de vir ao mundo por meio de uma cesariana. Foi uma experiência extenuante, mas tudo acabou bem. Nunca me esquecerei do momento em que vi meu filho pela primeira vez. "Milagre" ainda é a minha palavra predileta para descrever a experiência. Quando segurei meu filho nos braços minutos depois do parto, embora estivesse fatigado e sob tensão, notei que alguma coisa estava acontecendo entre Brendan e eu quase instantaneamente. Havia um movimento mútuo na direção um do outro. Meu filho e eu estávamos começando um relacionamento. Sei que não posso perguntar a Brendan o que ele sentiu durante o nosso primeiro encontro na sala de cirurgia, mas certamente conheço a experiência pela qual passei. Acredito que tive um vislumbre da imagem de Deus na Terra. Tive a sensação fortíssima de estar vendo em alguém que só tinha seis minutos de vida a capacidade inata de estabelecer um relacionamento que existe dentro de cada ser humano. A partir do nosso primeiro alento na vida, buscamos um relacionamento com alguém fora de nós mesmos. Nascemos para nos relacionar, e este é o nosso aspecto divino. Aquele momento me marcou profundamente e nunca esquecerei como é poderoso ter um relacionamento de amor com o meu filho. Foi assim que fomos criados para ser e nenhum substituto para esse tipo de amor jamais poderia tomar o lugar dele. Jesus conhecia o ensinamento do Antigo Testamento: "Não farás para ti ídolos com a forma de qualquer coisa que exista em cima, nos céus..." (Êxodo 20:4.) Ele falou do ciúme de Deus, não no sentido da insegurança por medo de perder o seu valor para outra pessoa. Deus quer proteger o mundo do jeito como o criou e fica indignado diante das tentativas de alterar a ordem natural do universo. Jesus ensinou que a imagem visível de Deus na Terra não é uma coisa ou um objeto e sim a capacidade criativa de se relacionar. Deus fica indignado com a idolatria porque ela é uma tentativa de substituir a capacidade divina amorosa dentro de nós por uma "coisa". Ele nos conferiu a capacidade essencial de nos relacionarmos uns com os outros e com ele. Por conseguinte, a imagem de Deus na Terra não é um objeto que um dia degenerará e será destruído, mas a capacidade eterna de se relacionar que transcende o tempo. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Amar os outros é a expressão visível de Deus.

Entendendo o vício
Um certo homem de posição perguntou-lhe: "Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna?" Jesus respondeu: "Por que me chamas de bom? Ninguém é bom a não ser Deus. Conheces os mandamentos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe." "Tudo isso eu tenho observado desde que era menino", disse ele. Ouvindo isso, Jesus lhe disse: "Ainda te falta uma coisa: vende todas as coisas que tens, distribui o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me'' Ao ouvir isso, o homem ficou triste, porque era muito rico. Vendo-o assim triste, Jesus disse: “Como é difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus.” Lucas 18:18-25 Algumas pessoas têm dificuldade em relacionar-se com Deus, mas, como precisam ligar-se a alguma coisa, colocam objetos no lugar dele. É assim que Jesus definia a idolatria. Ele sabia que o homem rico precisava renunciar à sua veneração pela riqueza para poder abrir espaço no coração para um relacionamento com Deus. Algumas pessoas têm dificuldade em relacionar-se com outras pessoas. Quando seus relacionamentos são ameaçados ou perdidos, elas os substituem por objetos. Esta é a definição de vício. O antigo problema da idolatria manifesta-se como o problema moderno do vício. Como descobriu o homem rico, quando os relacionamentos são substituídos por objetos, renunciar a estes pode ser muito difícil. Apegar-se a um objeto para compensar a nossa necessidade de amor insatisfeita pode funcionar, mas temporariamente. A euforia que extraímos da posse de certos objetos pode nos fazer esquecer que na verdade precisamos de algo mais profundo. No entanto, como o objeto é apenas um substituto do amor que trocamos nos relacionamentos, essa satisfação nunca é duradoura. Precisamos retornar repetidas vezes ao objeto para afastar os sentimentos de vazio e insatisfação. Segundo Jesus, o ídolo é um substituto do amor porque é uma tentativa de colocar um objeto no lugar de um relacionamento amoroso. O vício é um substituto do amor pela mesma razão. Lidar com as pessoas que não se sentem amadas e por isso se voltaram para o vício pode ser útil, mas somente durante algum tempo. Animar as pessoas que estão nessa situação também pode ser proveitoso, mas também é limitado. Apenas uma coisa é capaz de curar o vício humano e expulsar a idolatria: o amor genuíno. Os seres humanos só ficam satisfeitos quando experimentam o que é autêntico. O VÍCIO E A IDOLATRIA "Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Lucas 12:34 Tim era um empresário inteligente e bem-sucedido que veio fazer terapia por insistência da mulher. Não havia problemas entre os dois, mas o casamento estava monótono. Logo descobri que as queixas da mulher de Tim estavam relacionadas ao fato de o marido, apesar de presente fisicamente, ficar distante, bebendo uma quantidade de uísque que o deixava sonolento e incapaz de conversar que já existiu sobre questões mais profundas. Ele se justificava dizendo que esta era a sua maneira de relaxar e lidar com o estresse. Ela reclamava acusando-o de estar encobrindo os seus sentimentos que ela queria muito conhecer. Sugeri a Tim que parasse de beber enquanto estivesse fazendo terapia para que o casal pudesse lidar com tudo o que estivesse sentindo. Ele concordou, mas só conseguiu cumprir o combinado durante alguns dias. Quando os seus sentimentos atingiam um ponto no qual ele se via ameaçado de ser obrigado a conviver com eles, Tim não conseguia resistir e voltava a beber. Como acontece com freqüência em casos desse tipo, a terapia conjugal também começou a ficar monótona. Se as pessoas não conseguem expor seus verdadeiros sentimentos, nem mesmo a melhor terapia é capaz de produzir resultados. O ponto crítico aconteceu quando eu disse a Tim que não achava que a terapia iria poder ajudá-lo enquanto ele continuasse a beber. Infelizmente, apesar de perceber que estava destruindo seu relacionamento comigo e com a mulher, Tim não conseguiu parar. Sugeri que fosse a uma reunião dos Alcoólicos Anônimos, mas ele se recusou. Em vez de lidar com os seus sentimentos, Tim voltou-se para o uísque. Embora nunca fosse capaz de admiti-lo, a bebida passara a ocupar um lugar tão importante na sua vida que psicologicamente havia se tornado um vício e espiritualmente se transformara no seu Deus. Não sei como as coisas transcorreram depois para Tim, porque ele encerrou a terapia antes de conseguir mudar. Como o homem rico na parábola de Jesus, ele simplesmente foi embora. Podemos escolher entre as "coisas" e os relacionamentos. Quando elegemos as "coisas", submetemos a nossa vida a deuses que nos escravizam em vez de nos libertar. Jesus não tinha uma palavra para vício, mas ele compreendia que, quando criamos "deuses" que exigem a nossa atenção a ponto de destruirmos os nossos relacionamentos com outras pessoas, certamente estamos com graves problemas. A palavra que ele usava para isso era idolatria. Jesus disse algo ao homem rico: "Vende todas as coisas que tens, distribui o dinheiro aos pobres." Jesus desejava que o homem percebesse que as suas "coisas" ocupavam o centro do seu interesse. O homem tinha substituído um relacionamento genuíno com Deus por "coisas". Ele se viciara nos seus ídolos. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Nenhum substituto do amor perdura. O PROBLEMA COM AS DROGAS "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus.” Lucas 18:25 O motivo pelo qual as pessoas não conseguem abandonar os seus vícios é o fato de eles funcionarem — temporariamente. Voltar-se para algo que produz repetidamente uma espécie de conforto dá às pessoas uma falsa sensação de segurança. Elas conseguem afastar a dor de não conseguirem satisfazer as suas necessidades mais profundas. Os relacionamentos são desafiantes e trabalhosos porque nos fazem exigências. As coisas concretas são sempre as mesmas; sabemos o que esperar delas. No entanto, a satisfação proveniente do uso de coisas materiais como substitutos não é duradoura. A dor das necessidades essenciais acaba reaparecendo, e por isso voltamos à solução mais fácil, apesar de descobrirmos aos poucos que ela não é suficiente. Passamos então a precisar de uma quantidade cada vez maior, embora algo dentro de nós saiba que não é dela que realmente precisamos. É por isso que o vício é chamado de doença progressiva. Joguei futebol no colégio com Ricardo. Era uma pessoa extremamente gentil e educada fora do campo e excepcionalmente violenta e agressiva dentro dele, como se a sua personalidade se transformasse quando vestia o uniforme. Eu sabia que ele vinha de um ambiente familiar no qual sofria abuso e que tinha muitas coisas dolorosas para encobrir na vida. Hoje, ao olhar para trás, acho que sei de onde vinha toda a violência que ele despejava sobre os jogadores do time adversário. Ricardo era altamente considerado por todos. Os rapazes o respeitavam devido à reputação que ele conquistara no campo de futebol, e todas as meninas o admiravam por causa do seu jeito sofisticado. Sabíamos que Ricardo fumava maconha, mas não dávamos muita importância ao fato porque ele parecia estar sempre no controle da situação. Quando tínhamos dificuldades, Ricardo era a pessoa que encontrava uma saída. Todo mundo queria ser seu amigo. Vários anos depois de me formar fui visitar a minha cidade natal. A perspectiva de ver Ricardo me deixava animado e eu esperava com prazer o nosso encontro. Tragicamente, eu não poderia ter ficado mais desapontado. Tudo indicava que Ricardo passara a fazer uso mais intenso das drogas e voltara-se para substâncias mais pesadas. Às dez da manhã ele não conseguia permanecer alerta o suficiente para manter uma conversa. Sua mente divagava enquanto conversávamos, e o que ele falava freqüentemente não fazia muito sentido. Disse que não estava trabalhando naquele momento e tive a impressão de que estava tendo dificuldade em conseguir um emprego fixo. O rapaz que eu tanto admirara deixara de existir. Saí do nosso encontro sentindo-me muito triste. A tragédia na vida de Ricardo era que ele estava tentando lidar com os traumas dolorosos usando drogas. O uso das drogas ajudou-o a enfrentar as dificuldades durante a adolescência, possibilitando que fosse um dos rapazes mais populares da escola. No entanto, ser capaz de enfrentar problemas não é o mesmo que resolvê-los. Os demônios acabavam voltando e ele precisava de uma estratégia mais eficiente para enfrentá-los porque a antiga droga não estava mais funcionando. Ricardo apelava para uma substância material procurando lidar com sentimentos que só podiam ser examinados e resolvidos nos relacionamentos com outras pessoas. Tal como o homem rico que foi incapaz de renunciar ao apego à riqueza material, Ricardo estava dominado pelo vício devido à euforia que as drogas lhe proporcionavam. Quando a euforia diminuía, Ricardo voltava ao altar do seu vício em busca de outro adiamento temporário da sua dor. Tal como Jesus previu, é muito difícil desistir de qualquer tipo de idolatria. Jesus sabia que, quando passamos a nos apoiar em coisas materiais para nos sentirmos seguros, é muito difícil desistir delas. Foi isso que ele quis transmitir quando disse que "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus". Ele não estava falando a respeito de dinheiro e sim de idolatria. É fácil viciarmos-nos em coisas materiais e acreditar que elas podem substituir as nossas necessidades emocionais. Quando nos viciamos nelas, é muito difícil largá-las. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O problema das drogas é que elas nos fazem sentir melhor - apenas temporariamente. AS DROGAS NÃO PODEM NOS AJUDAR A CRESCER “Esforçai-vos não pelo alimento que se estraga e sim pelo alimento que permanece até à vida eterna”! João 6:27 Ashley é uma mulher incrível. Além de ser uma advogada de sucesso, é pianista clássica e está em melhor forma física do que mulheres bem mais jovens do que ela. É capaz de fazer quase tudo. A meta de Ashley é ter êxito em qualquer coisa que faça, e na maior parte das vezes é exatamente isso o que acontece. Procurou a terapia porque queria uma opinião profissional sobre como lidar com a ansiedade que sentia. —Você faz hipnose? - perguntou na nossa primeira sessão. —Não - respondi. —Achei que poderíamos chegar lá mais rápido - retrucou ela. —Chegar aonde? - perguntei. —Ao ponto em que eu não me sinta mais ansiosa, é claro - ela respondeu surpresa. Embora a vida de Ashley fosse complexa, o que ela buscava na terapia era bastante simples: definir uma meta e alcançá-la o mais rápido possível. Esta estratégia tinha dado certo em outras áreas da sua vida, de modo que ela esperava também poder aplicá-la à terapia. Rapidamente pude perceber que Ashley e eu tínhamos objetivos conflitantes. O dela era contratar-me para ajudá-la a se livrar de emoções perturbadoras. O meu era ajudá-la a compreender a si mesma para então lidar com essas emoções. Ela estava tentando livrar-se dos seus sentimentos, e eu estava procurando fazer com que ela entrasse em contato com eles. Tínhamos nas mãos um problema. Ashley era viciada no sucesso. Precisava ser sempre a melhor, possuir as coisas mais atualizadas e saber mais do que todo mundo. Ela acreditava que Deus queria o seu sucesso. O problema era que Ashley tinha criado um Deus à sua própria imagem e acreditava na euforia que os seus ícones de sucesso lhe proporcionavam. O fato de Ashley cultivar o sucesso estava conseguindo fazer com que ela não se sentisse mal com relação à sua vida. Ashley tinha tudo o que queria, mas como estava indo apenas atrás de "coisas" o benefício que recebia era limitado. Sempre que começava a sentir-se ansiosa, ela saía para fazer compras ou planejava uma viagem. Se em algum momento ela se perguntava sobre o significado da vida, pensava na sua realização profissional. O sucesso de Ashley era um grande antídoto para qualquer sentimento doloroso. Embora Ashley estivesse a cada ano fazendo um número cada vez maior de conquistas, descobrimos uma coisa interessante na terapia: ela continuava basicamente a mesma pessoa. Os seus objetivos eram os mesmos, apenas maiores. Os seus desejos eram os mesmos, somente menos satisfatórios. No nível material, a cada ano Ashley alcançava mais sucesso, mas no nível espiritual e emocional era como se vivesse repetidamente o mesmo ano. Ashley não precisava de uma nova droga para se sentir melhor; ela necessitava de um novo Deus. Ashley e eu acabamos descobrindo que a sua ansiedade estava lhe dizendo uma coisa. Ela gostava do sucesso, mas não era realmente feliz. Precisava entregar a sua vida a algo que lhe retribuísse à altura. O sucesso é um Deus egoísta - quando o veneramos, ele nos empobrece espiritualmente. Ele nos ajudará a colecionar ídolos, mas não nos ajudará a sermos pessoas melhores. Na verdade, o fracasso é mais eficaz neste sentido. Ashley chegou à conclusão de que, embora o seu portfólio estivesse crescendo, ela não estava. Precisava ouvir os seus sentimentos e não se livrar deles. Os deuses de Ashley estão mudando. O seu conceito de crescimento está começando a ter menos a ver com o sucesso profissional e mais com a qualidade dos seus amigos. Ashley já não tem tanta pressa porque a perspectiva de tempo do seu novo Deus é diferente. O surpreendente é que, apesar de não estar fazendo tantas coisas quanto antes, ela sente que está vivendo uma vida mais completa. Jesus constantemente orientava as pessoas para as coisas eternas. Ele sabia que a nossa atração pela gratificação instantânea resulta em uma satisfação temporária e em uma insatisfação crônica. Ele sabia que a euforia da idolatria é apenas um antídoto para a dor e o desapontamento na nossa vida. O sofrimento pára, mas apenas temporariamente. Esse tipo de antídoto neutraliza os sintomas, mas não cura. Jesus nunca encorajou as pessoas a evitar o sofrimento na vida, porque ele não estava interessado em um alívio rápido. Ele não queria que as pessoas apenas se sentissem melhor, mas que elas efetivamente melhorassem. A idolatria pode momentaneamente evitar a dor, mas impede também o crescimento. Enquanto nos preocupamos com os ídolos, permanecemos imaturos. A idolatria ajuda as pessoas a evitar as coisas, ao passo que o crescimento só acontece quando as enfrentamos. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Os viciados veneram um Deus egoísta. O VÍCIO RELIGIOSO "Se a vossa justiça não for maior do que a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos céus.” Mateus 5:20 Ryan freqüenta regularmente a igreja, oferece-se como voluntário e está sempre ansioso para discutir religião. Ele tem numerosas imagens e símbolos religiosos no seu apartamento e no carro, gosta de citar a Bíblia para reforçar o que esteja querendo provar, mas desconfia das pessoas que fazem o mesmo quando elas discordam da sua interpretação. Ryan é muito rígido a respeito de como as pessoas devem se tornar cristãs. Ele tem idéias muito firmes sobre como elas devem falar, o que devem ler, que tipos de divertimento são aceitáveis e como devem pensar a respeito dos assuntos sociais. Embora ele afirme ter entregue a Deus o controle da sua vida, quase todo mundo o considera muito controlador. Infelizmente, Ryan não deseja relacionamentos e sim discípulos. Ele precisa que os outros confirmem as suas convicções religiosas aceitando-as incondicionalmente. Ele não está usando a sua religião com o objetivo de estabelecer uma conexão e sim de impor seus pontos de vista. Esta nunca foi a intenção de Jesus. Embora Ryan diga às pessoas que deseja que elas sigam Jesus, na verdade é a ele próprio que ele quer que sigam. Internamente, ele vive dúvidas e angústias que tenta encobrir para si mesmo com seu fanatismo religioso. Um de seus amigos sugeriu certa vez que ele se consultasse com um terapeuta devido à dificuldade que estava tendo no relacionamento com a namorada. Mas Ryan desconfia da psicologia. Ele acredita que todos os problemas são resultado da falta de fé e duvida que a terapia possa ajudá-lo. A verdade é que Ryan não quer conversar com um terapeuta porque não deseja revelar suas dúvidas, inseguranças e sentimentos de confusão interior. Ele gosta de se sentir forte e no controle da situação. O que Ryan não percebe é que a sua religião é uma forma de idolatria, porque está sendo usada para encobrir sentimentos dolorosos em vez de ligá-lo a Deus e aos outros. Em vez de entender seus sentimentos, ele os dissimula com uma linguagem e com rituais religiosos. Ryan usa isso para se medicar contra a dor e o sofrimento, que é o oposto do que Jesus fazia. Ryan tornou-se viciado em controle, e a religião passou a ser a sua droga predileta para garantir a sensação de poder. Provavelmente será necessário que aconteça uma crise na vida de Ryan para fazer com que ele reexamine a sua religião e possa usá-la para favorecer o seu relacionamento com Deus. Para Jesus, a religião e a idolatria eram absolutamente diferentes. Os fariseus e os escribas eram pessoas sinceramente religiosas que não se consideravam idolatras, porque adoravam a Deus. Mas Jesus advertiu que não devemos usar a religião para parecer íntegros, escondendo dentro de nós os nossos verdadeiros sentimentos. Para ele, a integridade baseada nos relacionamentos era muito mais importante do que a integridade fundamentada em dogmas. Aquilo que Jesus descrevia como idolatria eu vejo hoje no meu consultório como vício. Para Jesus, o propósito da religião era favorecer o relacionamento com Deus e com os outros e não substituí-lo. Às vezes as pessoas usam a religião para se sentirem melhor, exatamente como os viciados com as drogas. No caso da idolatria, as leis e os rituais religiosos se tornam a "droga," proporcionando às pessoas à ilusão de serem melhores do que realmente são. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A religião é um caminho e não um destino. A TERAPIA PODE SER UM VÍCIO? "Confiai em Deus." João 14:1 Nem todo mundo que procura a terapia realmente deseja lidar com os seus verdadeiros sentimentos. O objetivo de algumas pessoas é simplesmente fazer com que seus problemas desapareçam, sem de fato procurar entendê-los. Quando a terapia é usada desta forma, ela corre o risco de se tornar uma espécie de droga viciadora. A tentativa de evitar sentimentos difíceis conduz ao vício, não a genuína expressão deles. Julia foi criada em uma cidade conservadora do Meio-Oeste onde aprendeu a importância de uma boa ética de trabalho junto com valores religiosos tradicionais. Ela é conscienciosa a respeito de tudo o que faz e sempre mantém a palavra quando assume um compromisso. Seu relacionamento com a mãe foi horrível, e ela tem dificuldades em relacionar-se com o marido, mas recusa-se a admitir que a mãe e o marido tenham qualquer parcela de culpa na infelicidade da sua vida. "Isso são águas passadas", disse quando fiz perguntas sobre a sua infância. "Sou a única responsável pelos problemas na minha vida, ninguém mais é culpado.” Apesar de sentir-se mal, Julia não consegue imaginar como poderia modificar sua vida. Julia era excessivamente responsável. Ela se culpava por tudo o que estava errado na sua vida. Não procurou a terapia para entender seus sentimentos, pois achava que já os entendia. Ela acreditava que estava errada e apenas queria que eu lhe dissesse como se comportar para melhorar a situação. Havia muitas coisas que Julia precisava entender a respeito de si mesma, mas era difícil convencê-la disso. Por exemplo, ela se sentia culpada com relação ao seu relacionamento com a mãe e o marido, assim como a respeito de muitas coisas na sua vida, e culpava-se como um tipo inconsciente de autopunição. Infelizmente, Julia estava querendo usar a terapia para eliminar esses sentimentos em vez de trazê-los à tona. A terapia é extremamente útil para as pessoas que chegam à conclusão de que não têm respostas para seus problemas e desejam entendê-los. Julia estava convencida de que fazer perguntas sobre os seus sentimentos ou o seu passado era uma perda de tempo. "Muito bem, eu me sinto triste a respeito disso", disse ela quando descobrimos seus sentimentos de dor com relação ao seu casamento. "Então o que é que eu posso fazer de diferente?" Ela se preocupava em mudar seu comportamento, sem perceber que suas atitudes provinham de sentimentos que precisavam ser examinados. Ela estava convencida de que concentrar-se nos sentimentos só iria piorar as coisas. A terapia de Julia começou a funcionar melhor quando ela finalmente foi capaz de abrir-se aos seus sentimentos mais profundos e acreditar que este procedimento a ajudaria a crescer. Embora não pudesse percebê-lo, ela estava antes tentando usar a terapia como um vício. No entanto, a terapia usada para evitar os sentimentos dolorosos não ajuda as pessoas a mudar. Além disso, como Julia descobriu, tampouco as ajuda a confiar mais nos relacionamentos, inclusive no relacionamento com Deus. Julia começou a sentir-se diferente a respeito da sua vida quando parou de tentar fazer com que eu lhe dissesse o que fazer e começou a procurar descobrir como se sentia com relação ao que já tinha feito. Ela percebeu que os seus sentimentos de culpa faziam com que ela se criticasse demais e começou a compreender a diferença entre autocondenação e responsabilidade. Passou a usar a terapia para descobrir como usar os sentimentos de uma maneira construtiva nos seus relacionamentos com os outros. Quando a terapia tornou-se um recurso capaz de ajudá-la a ser mais consciente, o relacionamento dela com a mãe, com o marido e com Deus melhorou muito. Jesus acreditava que precisamos confiar em Deus. Para ele, Deus era a fonte suprema de força e poder para viver a vida. Algumas pessoas religiosas criticam a terapia acreditando que ela nos afasta de Deus. Em geral, quem acha isso tem pouca experiência com a terapia ou tentou usá-la como vício. Descobri que, pelo contrário, as pessoas que se tornam mais maduras e conscientes através da terapia conseguem aprofundar a sua confiança em Deus e nos outros com muito mais liberdade. Para Jesus, não havia conflito entre confiar em Deus e depender dos outros. Ele dependia dos amigos mais chegados e os estimulava a depender dele de uma maneira que fortalecia a confiança deles em Deus. A nossa capacidade de contar com os outros compartilhando os nossos sentimentos mais íntimos aprofunda a nossa capacidade de ter fé. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A terapia é um processo de dependência saudável. TER NECESSIDADES NÃO FAZ DE NÓS PESSOAS CARENTES "Confiai também em mim." João 14:1 "Eu gostaria de trabalhar a minha auto-estima", anunciou Grace na nossa primeira sessão. "Sei que pode ser difícil, mas a maioria das pessoas não me compreende. Espero que você possa me ajudar.” Grace fizera terapia antes e acreditava que tinha progredido muito, mas ainda se sentia mal a respeito de si mesma e queria tentar melhorar este sentimento. Era muito insegura na presença de outras pessoas e não tinha muitos amigos. Freqüentava algumas reuniões de grupo na sua igreja, mas nunca tinha feito amizade com ninguém. Grace se via como uma pessoa desajustada que queria desesperadamente pertencer a algum grupo. Se alguém lhe dava atenção, ela se agarrava a essa pessoa como se este fosse o único contato humano que iria obter. Grace detestava ser tão carente, mas não conseguia mudar. No início, Grace telefonava para mim com relativa assiduidade entre as consultas por causa de alguma crise sobre a qual queria conversar. Aumentamos a freqüência das sessões, o que ajudou, mas Grace ainda se via envolvida em estados emocionais com os quais não conseguia lidar. Ela precisava telefonar-me para pedir ajuda. Grace não queria admitir, mas estava com medo de ter me transformado em um ídolo e de ser uma pessoa fraca demais para lidar com as dificuldades sem a minha ajuda. Era como se fosse viciada no nosso relacionamento, precisando de "doses" regulares de minha ajuda para conseguir atravessar a maioria dos dias. Com o tempo, Grace e eu viemos a perceber que o seu problema não era o fato de ela depender excessivamente de mim e sim de ela ter horror de depender de mim. Quando coisas desagradáveis lhe aconteciam, ela dizia para si mesma que dessa vez não iria me telefonar, porque precisa lidar sozinha com os problemas. Essa situação acabava causando mais ansiedade, pois, além de enfrentar o problema que a estava incomodando, ela ainda tinha que lidar com a vontade de não precisar de mim. O aumento da ansiedade fazia com que Grace sentisse uma necessidade ainda maior de falar comigo, vontade que procurava combater, e em pouco tempo ela se via dominada por um pânico insuportável. Grace acabava sentindo-se como um viciado em drogas na fase de desintoxicação, precisando desesperadamente ouvir a minha voz para se acalmar. As coisas começaram a mudar quando ela parou de achar que era excessivamente carente e compreendeu que precisar de mim era uma parte normal do processo da terapia. Quando Grace aceitou o fato de que dependia de mim, ela ficou mais livre para lidar com os seus sentimentos durante a semana sem o peso da vergonha de ter necessidade de falar comigo a respeito deles. Seus telefonemas diminuíram, porque ela já não se criticava tanto por querer me telefonar. Na maioria das vezes, passou simplesmente a ligar para a minha caixa postal e deixar uma mensagem, sem precisar que eu ligasse de volta. O simples fato de saber que podia contar comigo já era suficiente. Como Grace não estava mais se sentindo tão mal por precisar de mim, deixou de alimentar sentimentos muito negativos com relação a si mesma. Afinal de contas, talvez ela não fosse uma pessoa tão fraca, mas apenas uma mulher que de vez em quando tinha sentimentos intensos e queria ter a certeza de que outra pessoa a entenderia. Apesar de ter demorado um pouco, Grace veio a compreender um aspecto fundamental da sua condição humana contra o qual estivera lutando. As pessoas são criaturas dependentes. Precisamos dos outros para sermos completos. Grace percebeu na sua própria vida que Jesus pedia que confiássemos nele, não porque fôssemos fracos e carentes, mas porque esta é a única maneira pela qual podemos crescer plenamente. Jesus encorajava as pessoas a confiarem nele e a contarem com ele. Ele não encarava a dependência como um problema, mas como algo necessário para uma vida espiritual realizada. Jesus compreendia que os seres humanos precisam depender de Deus e dos outros para sobreviver. Tentar ser totalmente independente significa rejeitar a nossa natureza fundamental. Para Jesus, a nossa capacidade de ser vulneráveis e acolher a nossa dependência é que nos conduz à totalidade. Aqueles que se recusam a ser dependentes estão apenas fingindo que têm tudo de que precisam. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Ter necessidades não nos torna carentes. COMO ENCONTRAR A SERENIDADE "Comigo está o Pai que me enviou." João 8:16 Rudy era viciado na sua raiva. A carga de endorfina que acompanha uma explosão de raiva proporcionava-lhe uma sensação quase eufórica de poder e confiança para lidar com seus problemas. Sempre que Rudy se sentia inseguro ou ameaçado, ele tinha à mão a droga que escolhera. Desta forma, nunca tomava contato com sua fraqueza ou insegurança, porque em qualquer circunstância a raiva o fazia sentir-se instantaneamente forte e poderoso. Rudy cresceu com um pai distante e exigente. Provavelmente para compensar a ausência emocional do pai, sua mãe o protegia excessivamente. Rudy sentia-se inseguro pelos dois lados: ele não se considerava à altura das expectativas do pai, e o excesso de proteção da mãe fazia com que ele não se achasse capaz de realizar as coisas por si mesmo. Ele tinha medo de experimentar coisas novas, embora fosse muito inteligente e capaz de descobrir como fazê-las rapidamente. Rudy detestava ter medo, mas sentiase atemorizado a maior parte do tempo. O chefe de Rudy insistiu que ele fosse fazer terapia porque a sua raiva estava atrapalhando o seu desempenho no trabalho. Não gostava de conversar comigo sobre o seu passado e era difícil identificar exatamente o que estava sentindo a maior parte do tempo. Aos poucos fui percebendo que ele só manifestava duas emoções: raiva e apatia. Rudy vivia a maior parte do tempo quieto e insatisfeito com a vida. Era basicamente infeliz porque sentia como se estivesse vivendo abaixo do seu potencial. As únicas vezes em que Rudy se sentia realmente vivo era quando estava zangado. Sua raiva lhe dava a capacidade de concentrar-se e sentir paixão. Por isso a raiva se tornara um vício com que ele procurava encobrir sentimentos de insegurança que o tornavam vulnerável e fragilizado. Esta sensação o deixava furioso de tal forma que, quando começava a dar vazão à sua raiva, era quase impossível acalmá-lo. Passado o acesso, Rudy sentia-se pior por ter perdido o controle, o que o tornava ainda mais suscetível de ficar magoado e de recomeçar todo o ciclo da raiva. Com o tempo, Rudy e eu viemos a entender que a sua insegurança era proveniente do fato de ele se sentir sozinho no mundo. Desde a infância, ele achara que não contava com o interesse do pai e a confiança da mãe. Nunca houve ninguém para quem ele pudesse se voltar em busca de uma ajuda genuína. Sem poder contar com ninguém, Rudy tinha a impressão de que o peso do mundo estava sobre os seus ombros, o que parece uma tarefa grande demais para qualquer pessoa. Quem não se sentiria inseguro nesta situação? Pouco a pouco Rudy começou a deixar que eu compartilhasse parte do seu fardo emocional. À medida que passou a confiar em mim, sentiu-se menos solitário e inseguro. Os seus acessos de raiva se tornaram menos freqüentes porque ele já não ficava magoado tantas vezes e não precisava se medicar com a raiva. Rudy descobriu que tinha todo um leque de emoções sobre as quais podia falar, agora que havia alguém com quem podia contar para ajudá-lo a entender os seus sentimentos. Rudy precisava de uma pessoa ao lado de quem pudesse sentir-se em segurança. Quando permitiu que eu "substituísse" seus pais nesta condição, ele descobriu uma importante verdade a respeito da natureza humana. É uma verdade que Jesus ensinou: atingimos a verdadeira serenidade quando sabemos que podemos contar com alguém que nos faz sentir seguros. Desenvolvemos a capacidade de nos acalmar ao sermos tranqüilizados por aqueles que se preocupam conosco. Podem ser os outros, mas podemos ser nós mesmos quando nos fortalecemos emocionalmente. O motivo pelo qual muitas pessoas se voltam para os vícios é o fato de nunca terem tido no passado alguém que as ajudasse a sentir-se seguras, desenvolvendo assim a capacidade de serenar a si mesmas. Elas usam o vício para se acalmar artificialmente ou para evitar o medo. Jesus sabia como encontrar a serenidade: permanecendo ao lado de Deus. Todos estamos em busca de segurança e só podemos encontrá-la se nos sentirmos protegidos dos perigos existentes na vida. Onde no universo poderíamos encontrar um lugar mais seguro do que ao lado do nosso Criador? Jesus acreditava que só então poderíamos encontrar a paz de espírito. Para ele, aqueles que encontram a verdadeira serenidade nunca estão sozinhos. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: As pessoas verdadeiramente serenas nunca estão sozinhas. A CURA É O AMOR "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" João 15:12 Jordan é uma ex-viciada em cocaína que participa de um programa de recuperação. "Tenho dois anos de abstinência e acho que está na hora de examinar alguns dos meus problemas com a ajuda da terapia", declarou ela na nossa primeira sessão. Ela é uma mulher atraente que viveu intensamente num ritmo rápido. Seu antigo hábito de usar drogas estava associado a um estilo de vida extravagante que envolvia noitadas, viagens exóticas e gastos elevados. Agora ela estava grata pela nova vida, mas sem dinheiro. "Todo aquele divertimento teve um preço, mas procuro achar que tudo isso foi necessário para que eu chegasse onde estou hoje.” Jordan tinha uma longa história de relacionamentos intensos e superficiais com homens durante o tempo em que usou a droga. Agora ela estava tentando descobrir como fazer as coisas de um modo diferente. "Tudo era mais simples antes", explicou. "Nunca esperei realmente nada além de bons momentos com aqueles caras, de modo que nunca fui ferida. Agora tudo é muito complicado." Jordan estava acostumada a se conectar através do sexo e das drogas - meios bem reais e concretos de lidar com os relacionamentos. Jordan está tomando contato com inúmeros outros sentimentos. Ela pensa com dor e vergonha nos dias em que usou as drogas por causa da maneira como se comportava nos relacionamentos. Chegou a procurar várias pessoas e pedir desculpas por sua conduta. Ela se lembra que repetia "Eu te amo!" automaticamente para quase todo mundo que conhecia naquela época, como se fosse uma espécie de saudação que pudesse ligá-la instantaneamente aos outros. Agora ela não faz mais isso, não porque não goste das pessoas, mas porque está começando a descobrir o que significa amar de uma maneira muito mais profunda. Hoje Jordan está tentando ligar-se às pessoas usando os sentimentos. Procura também ouvir os sentimentos dos outros e acolhê-los com atenção. Ela não diz mais "Eu te amo!" para pessoas que conhece superficialmente, porque hoje acredita que o amor é resultado de um processo. Jordan tem amigos e os ama sem vinculá-los a sexo ou drogas. Seus relacionamentos tendem a durar muito mais e a experiência de se sentir amada é magnífica e merece um investimento maior. Ela não está interessada em substitutos para o amor, agora que descobriu o que é ter o amor verdadeiro. Os viciados amam os ídolos, mas estes não podem retribuir o amor. O vício impede o amor de amadurecer. Quando as pessoas escolhem um objeto como substituto do amor, o amadurecimento delas é interrompido. Quando os viciados conseguem renunciar ao seu apego aos ídolos e descobrem a alegria de se relacionar com pessoas capazes de amá-las ficam maravilhados. Jesus ensinou que devemos amar e ser amados para amadurecer espiritualmente e que a idolatria do vício impede que isso ocorra. Jesus acreditava que o amor é a força mais poderosa do universo. Ele ensinou que Deus é amor e que o amor é a força criativa que supera todos os problemas do mundo. O amor é o ponto central dos ensinamentos de Jesus e é o elemento essencial para a cura do coração humano. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O amor cura. POR QUE DEUS ODEIA A IDOLATRIA "Não acumuleis riquezas na terra, onde a traça e a ferrugem as corroem.” Mateus 6:19 Presenciar o nascimento de um ser humano é um acontecimento poderoso. Eu só compreendi realmente isso quando assisti ao parto do meu filho Brendan. Minha mulher, Bárbara, e eu planejamos esse evento durante muitos anos. Fizemos vários cursos e lemos uma extensa literatura sobre o assunto. Eu não poderia estar mais preparado, e no entanto ainda não estava. Ter um filho não é uma coisa que podemos aprender com os outros; é algo que temos que experimentar pessoalmente para saber como é. O parto de Bárbara foi difícil. Após 33 horas de contrações, chegamos à conclusão de que a cabeça de Brendan era grande demais e que ele teria de vir ao mundo por meio de uma cesariana. Foi uma experiência extenuante, mas tudo acabou bem. Nunca me esquecerei do momento em que vi meu filho pela primeira vez. "Milagre" ainda é a minha palavra predileta para descrever a experiência. Quando segurei meu filho nos braços minutos depois do parto, embora estivesse fatigado e sob tensão, notei que alguma coisa estava acontecendo entre Brendan e eu quase instantaneamente. Havia um movimento mútuo na direção um do outro. Meu filho e eu estávamos começando um relacionamento. Sei que não posso perguntar a Brendan o que ele sentiu durante o nosso primeiro encontro na sala de cirurgia, mas certamente conheço a experiência pela qual passei. Acredito que tive um vislumbre da imagem de Deus na Terra. Tive a sensação fortíssima de estar vendo em alguém que só tinha seis minutos de vida a capacidade inata de estabelecer um relacionamento que existe dentro de cada ser humano. A partir do nosso primeiro alento na vida, buscamos um relacionamento com alguém fora de nós mesmos. Nascemos para nos relacionar, e este é o nosso aspecto divino. Aquele momento me marcou profundamente e nunca esquecerei como é poderoso ter um relacionamento de amor com o meu filho. Foi assim que fomos criados para ser e nenhum substituto para esse tipo de amor jamais poderia tomar o lugar dele. Jesus conhecia o ensinamento do Antigo Testamento: "Não farás para ti ídolos com a forma de qualquer coisa que exista em cima, nos céus..." (Êxodo 20:4.) Ele falou do ciúme de Deus, não no sentido da insegurança por medo de perder o seu valor para outra pessoa. Deus quer proteger o mundo do jeito como o criou e fica indignado diante das tentativas de alterar a ordem natural do universo. Jesus ensinou que a imagem visível de Deus na Terra não é uma coisa ou um objeto e sim a capacidade criativa de se relacionar. Deus fica indignado com a idolatria porque ela é uma tentativa de substituir a capacidade divina amorosa dentro de nós por uma "coisa". Ele nos conferiu a capacidade essencial de nos relacionarmos uns com os outros e com ele. Por conseguinte, a imagem de Deus na Terra não é um objeto que um dia degenerará e será destruído, mas a capacidade eterna de se relacionar que transcende o tempo. PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Amar os outros é a expressão visível de Deus.
por Mark W. Baker
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