A Paixão de Cristo
Segundo o cirurgião

CAPITULO 9
USO DA CRUCIFIXÃO

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Parece que os gregos, que tinham horror pela crucifixão, não
a adotaram. É necessário, com efeito, chegarmos às conquistas de
Alexandre, que a recebeu dos persas, para vê-la entrar na histó ria
helênica. Continuou aí a ser empregada, sob os diádocos, na
Síria sob os selêucidas. como Antíoco Epifânio e no Egito sob os
ptolomeus. Em Siracusa, cidade grega, Dionísio o tirano, te-la-ia
talvez recebido dos cartaginenses.
Parece que os romanos também a adotaram a exemplo dos
cartaginenses que dela faziam freqüente uso. Veremos, no entanto,
ao estudar os Instrumentos da Crucifixão ( B ) , que foi isto,
entre êles, o têrmo de uma evolução cujo início foi simples punição
relativamente benigna, infligida primitivamente aos escravos.

 Em Roma, cometou-se a aplicar o verdadeiro suplicio da cruz,
durante as guerras, aos desertores, ladrões, e, sobretudo, aos revoltOSO!!
vencidos. Em parte alguma foi êste motivo mais abundantemente
explorado que no pais israelita: desde os 2 . 000 Judeus
sediciosos de Herodes o Grande, até às hecatombes do cêrco de
Jerusalém, em que os Romanos chegaram a crucificar 500 Judeua
por dia, segundo o testemunho de Flávio José, historiador de raça
judaica, porém favorável aos senhores do mundo.
Em tempo de paz, era primordialmente o suplicio dos escravos.
Numerosos são os autores que disto dão testemunho (Tito
Livio, Cícero, Tácito, etc.). As comédias de Plauto em que aparecem
tantos escravos, estão cheia de alusões bem diretas ao que
consideram, sem ilusões, seu fim natural: "Meu pai, meu avô, meu
bisavô, .meu trisavõ terminaram ass_im sua carreira". (Miles gloriosus).
No começo, a cruz estava reservada a suas revoltas coletivas
como a de Spartacus, da qual sabemos que, após sua repressão,
6 _ 000 cruzes balizaram a estrada dé Cápua a Roma. Mais tarde,
porém, os proprietários receberam o direito de vida e morte, sem
apelação, sôbre seus escravos, considerados como animais. A costumeira
ordem de morte era: "Pone crucem servo - Impõe a
cruz ao escravo" e não "põe o escravo na cruz". Voltaremos a
esta importante questão do patibulo "ao estudarmos a cruz (cf. B,
2.0 - C, 3.0 - D, 4.0).
Se um tal estado de cousas foi, de início, motivado pela fuga
do infeliz ou por outra falta grave, em breve as mais leves razões
acabaram por ser consideradas sufiéientes. Recordemos, de resto,
que segundo antigo e detestável costume, quando um senhor havia
sido assassinado e não se conseguia descobrir o culpado, todos os

escravos da casa eram executados.
Os próprios cidadãos romanos podiam ser crucificados e isto,
não somente por Verres e Labieno a quem censura Cicero amargamente
tais atrocidades. Tôda wna série de textos mostra que
isso se podia fazer regularmente, no entanto, se tratava, em geral,
de cidadãos humildes, libertos ou provincianos. As famosas invectivas
de Cicero pretendiam também firmar definitivamente a
isenção para o cidadão romano. não constituía ainda naquele tempo,
uma garantia absoluta e bem que poderíamos citar, mesmo após
seus discursos, certo número de "cives romani" legalmente condenados

à cruz.
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