A Paixão de Cristo
Segundo o cirurgião

CAPITULO 6 

FORMAÇÃO DAS IMPRESSõES

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1. • - Impressões sanguíneas. - Começaremos por elas porque,
na realidade, são as únicas das quais podemos, de modo certo
e quase completo, reconstituir a formação. :l!:ste "quase", um verdadeiro
cristão já o terá adivinhado, evoca as circunstâncias da
Ressurreição, que é um mistério. Os próprios hiper-críticos não
exigirão que eu lhes forneça disso uma explicação cientüica.
Os vestígios sanguíneos da Mortalha não são, como as impressões
corporais, imagens gráficas. Não quis dizer fotográficas
por ignorarmos a maneira de sua formação: não sabemos se alguma
luz nela teria tomado parte; em todo o caso, como vimos,
são muito vizinhas dos negativos fotográficos. As impressões san-
guíneas não são imagens, são decalques; foram formadas com sangue.
Mas sob qual forma? Sangue líquido ou coagulado? Coágulos
já secos ou coágulos recentes, em ponto de exsudar seu sôro?
Afastemos logo uma idéia falsa encerrada em expressão por
mim ouvida com demasiada freqüência na bôca de um dos mais
antigos e firmes defensores do Santo Sudário: "um fluxo de
coágulos". Por mais que a estivesse esperando, sempre tinha um
sobressalto, cada vez que a ouvia. Não! um coágulo formado sôbre
a pele nela se gruda e ali mesmo seca.
Outra cousa : wn coágulo nunca se forma dentro do corpo ou,
com mais exatidão, nas veias onde o sangue fica sempre liquido.
O "trombo" que se forma nas veias atingidas de flebite é, anatômicamente
diferente ; além disto não se produz a não ser em veias
doentes, que n5.o é o caso presente.
O sangue, como veremos por ocasião do exame da chaga do
coração, continua líquido nos cadáveres. onde fica alojado nas
veias: por ocasião da morte, as artérias, pelas últimas contrações
dos ventrículos e própria elasticidade, vertem-se nos capilares e
veias. Nas veias, fica líquido por muito tempo, pràticamente até
a putrefação. E mesmo ali, continuâ vivo durante algumas horas
e suscetível de ser transfundido em outro homem vivo.
Quando o sangue sai das veias por um ferimento e é recolhido
em algum recipiente, pode-se ver como ràpidamente se coagula,
i . e . se condensa em uma espécie de geléia vermelha que se
chama coágulo ou grumo. Ê:ste coágulo forma-se pela transformação
do fibrinogênio, que é uma substância dissolvida no sangue,
em outra substância sólida, a fibrina, que encerra em suas malhas
os glóbulos sanguíneos, de onde provém sua coloração vermelha.
A coagulação se produz em tempo muito curto que não passa
de poucos minutos. Secundàriamente, o coágulo se retrai e exsuda
sua parte líquida, o sérum ou sôro. Em seguida, pouco a pouco vai
secando.
Portanto se o sangue, tanto de um vivo como de um morto,
sair por ferimento da pele, boa parte correrá em estado líquido
por sôbre a pele e, seguindo a gravidade, pode cair no chão. Uma
parte, graças à viscosidade de que é dotado, fica aderente à pele
(em maior quantidade se esta estiver em plano horizontal) e,
sôbre esta pele, se coagula ràpidamente. Prolongando-se a hemorragia,
novas camadas de sangue líquido se sobrepõem às precedentes
e ali se coagulam sucessivamente. Se o sangue encontrar
em sua descida, algum obstáculo, se acumulará em volta dêle e,
como conseqüência, ficará o coágulo mais espêsso nesse nível.
A contração do coágulo, com expulsão de sôro após ressequimento,
se produz tanto sôbre a pele como em recipientes. Mas,
em superfície ampla e camada delgada, êste ressequimento é evidentemente,
mais rápido.
É claro que estas explicações elementares se destinam aos
leigos em medicina. Pareceram-me indispensáveis, por ter tão freqüentemente,
verificado graves incompreensões mesmo entre gente
culta. Vê-se, portanto, que a Mortalha pôde ser manchada, seja por
sangue líquido, seja por coágulos ressequidos. Vê-se também que
a circunvizinhança do coágulo, se êste estiver ainda fresco, pode
ser manchada pelo sôro exsudado. A qual dêstes casos pertencerão
nossas imgressões sanguíneas?
Que tenham sido produzidas por sangue líquido, parece muito
pouco provável, com talvez uma única exceção: as hemorragias
das chagas dos pés, durante o transporte e na estada no túmulo.
que escorreram em direção aos calcanhares. Aliás, a maior parte
se coagulou nas plantas dos pés e êstes coágulos ficaram decalcados
na Mortalha quando ainda frescos. No entanto, uma parte
correu fora dos pés pelas dobras da Mortalha, percorrendo-as de
um lado a outro, para formar as imagens simétricas que ainda
haveremos de encontrar mais adiante.
Alguns coágulos deveriam estar ainda bastante frescos para
se conservarem úmidos. Será talvez o caso do grande coágulo
anterior da chaga do coração, por causa de sua espessura. Certamente,
no caso dos coágulos do grande fluxo transversal posterior
(vide cap. a.• ) , formados nas pregas de um pano retorcido em
forma de corda e passado por sob os rins durante o transporte
do corpo para o túmulo. A maior parte dêste sangue saído pela
chaga aberta, deve ter caído no chão, pelo caminho. Só a pequena
parte que pôde atingir a pele por entre as pregas daquêle pano torcido
e aí aderir por efeito de sua viscosidade, nela se coagulou em
sinuosidade múltiplas, característica do fluxo dorsal. Todos êstes
coágulos estavam, evidentemente, frescos quando depositaram o
corpo sôbre a Mortalha ; de modo que foram decalcados muito fàcilmente,
com abundância de sôro em volta dos decalques.
A maioria dos coágulos estava mais ou menos ressequida no
momento do sepultamento. Como se explica então que também êstes
tenham sido decalcados? Deve-se recordar que o cadáver, uma vez
preparado, ficava hermeticamente fechado, na mortalha e demais
panos, e tudo impregnado por cêrca de 30 kg de mirra e aloés, e
assim o envoltório era · pràticamente impermeável. Convém ainda
não se perder de vista que o cadáver continuou a exsudar vapor de
água por muito tempo. Com freqüência se esquece que tôdas as células
do cadáver continuam a viver por conta própria, tanto as da
pele como tôdas as outras e morrem individualmente, após intervalos
diferentes. Se as células nobres, as células nervosas, são as mais
frágeis, as outras sobrevivem bastante tempo; a morte total não
começa a não ser com a putrefação. Ora a Fé nos diz que Jesus não
conheceu a corrupção e a Mortalha inteira nos confirma nesta certeza.
Por outro lado, tôdas as chagas, tôdas as escoriações de que o
corpo estava coberto continuavam a ressumar um humor aquoso
mais ou menos infecto como sôbre o vivente, mas líquido.
Segue-se de tudo isto que o corpo estava mergulhado em uma
atmosfera aquosa que tornaria a umedecer os coágulos sôbre a pele
e sôbre tôdas as outras chagas, o que nos vem então explicar
o caso dos coágulos frescos, mas sem sôro.
Note-se porém que não pretendo afirmar com isto que a fibrina
torne a se liquefazer, que é cousa completamente diferen-te. Vignon, inteiramente compenetrado por sua teoria aloético-amoniacal
das impressões vaporogrâficas (teoria que de resto, a partir
de 1938, já o satisfazia bem menos), pensava que o amonfaco tivesse
dissolvido a fibrina e reliquefeito os coágulos. Fêz a expe·
riência colocand<> coágulos em ambiente impregnado de solução
.amoniacal. Em todo o caso isto não mais teria sido um sangue
.normal, vivo, mas sim um líquido colorido, capaz de escorrer
.mas incapaz de se tornar a coagular. O derramar-se a escorrer
de tal líquido, fazendo-se em posição horizontal no túmulo, teria
tido conseqüências desastrosas para nossas imagens sanguíneas;
e, na realidade, não há sinal de que algum liquido colorido tenha
escorrido por sôbre a Mortalha, onde não há senão coágulos de-c
alcados .
A hipótese de Vignon não p<>de, portanto, explicar nossas
imagens sanguíneas; pelo contrário, aquêle tal líquido só poderia
manchá-las. Há, porém, ainda alguma coisa a mais nessa hipótese,
-que peca pela base, exatamente como sua teoria da coloração
amonical do aloés. A fibrina pode, com efeito, dissolver-se em
SQlução amoniacal, mas não vejo amoníaco na Mortalha.
Há realmente ali um pouco de uréia, deixada pelo suor que
secou sôbre a pele ( ? ) ; mas lembremo-nos de que há também
uréia no sangue e na linfa ressumada das chagas. Na melhor das
hipóteses, a quantidade de uréia não seria muito considerável. Mas,
sobretudo, esta uréia não tem nenhuma das propriedades do amoníaco.
É necessário que se transforme em carbamato, depois em
.carbonato de amoníaco. Ora esta transformação que se faz na
urina exige tempo assáz longo, o que não coincide com a relativamente
curta permanência no sepulcro. Exige além disso a presença
de um micro-organismo especial, o "micrococus ureae". Não
.aparece razão alguma para que estivesse à superficie no corpo.
Meu amigo Volckringer, farmacêutico do Hospital de S. José,
íêz a experiência de colocar uréia sôbre uma pele de animal: os
vapores amoniacais não apareceram senão depois de 20 horas. A
reação se retarda e mesmo se interrompe na presença de todos os
.antissépticos, por fracos que &ejam, o aloés por exemplo! Tudo
isto não é muito encorajante para a hipótese de Vignon.
Portanto, as duas condições para a formação do amoniaco:
tempo e fermento, não se realizaram no caso da Mortalha, e foi
isto que sempre me deixou cético em relação à teoria amoniacal.
Muito pelo contrário, parece-me que coágulos mais ou menos
ressequidos podem, em atmosfera úmida, se reumedecer sufi-
dentemente, sem liquefação da fibrina, para formar uma espécie
de pasta mais ou menos mole. Assim transformados, ficam perfeitamente
aptos a impregnar o pano com que estiveram em con·
tacto e nêle produzir êsses decalques de bordos nítidos, reproduzindo
a forma dos coágulos.
Tinham êsses decalques uma coloração tanto mais intensa
quanto maior era a espessura do coágulo. Vignon observou muito
bem que sôbre uma gôta de sangue coagulado que se contrai, a
espessura é maior na periféria do que no centro. É por isto que
se explica por que muitos dêsses decalques estejam bem coloridos
na periféria deixando no centro uma zona menos colorida.
Foi assim que, a meu ver, se formaram tôdas ou quase tõdas
as imagens sanguíneas. - Mas terei que voltar ainda às imagens
produzidas por fluxos de sangue líquido e às possibilidades que
o sangue em estado líquido teria fornecido a um falsário engenhoso.
Quem tem alguma experiência, sabe que as manchas de
sangue sôbre um pano não ficam imutáveis, sobretudo se êste
pano não foi preparado com perfeição e é um tecido um tanto
grosseiro. Sôbre uma compressa, um campo operatório, vemos
uma gôta de sangue se difundir ràpidamente ; a mancha se espalha
embebendo o tecido, porém o faz mais ràpidamente em certos
sentidos de acôrdo com a direção dos fios do tecido. Por exemplo,
se a contextura é uma trama simples, em cruz, como é o caso
habitual, vê-se, em tôrno de uma zona central mais ou menos
redonda, desenvolverep-1-se quatro pequenos prolongamentos que
seguem os fios da urdidura e do liame, desenhando assim uma
cruzinha vermelha.
O fenômeno é mais notável ainda se em vez de sangue, se
derrama um líquido mais volátil como tintura de iôdo: fica a tela
constelada por pequenas cruzes pardas. Quanto mais hidrófilo fôr
o fio tanto mais ficará acentuada esta difusão irregular e dirigida.
Ora, o fio de linho com que foi tecida a Mortalha, grosseiramente
fiado e com fibras cruas, como já vimos, é excelente absorvente.
Pode-se notar, com efeito, sôbre os dois líquidos que estão
sôbre a Mortalha, por fora das plantas dos pés, que os bordos
em vez de terem a nitidez dos decalques dos coágulos da mão ou
da fronte, por exemplo, são irregulares e denteados. Seria interessante
uma fotografia em ampliação direta para ser comparada
com a que fêz Enrie do punho. Sôbre esta, com efeito, vê-se claramente
que a coloração da impressão sanguínea está constituída
imicamente pela impregnação de cada fio, que conserva sua forma
e sua autonomia. Nenhum empastamento nem a menor espessura
de colorante pode-se perceber entre os fios da trama.
Segue-se ainda dêste detalhe que wn falsário teria obtido
muito mau resultado se, para simular suas impressões sanguíneas,
tivesse usado sangue como colorante. Nunca teria conseguido
executar aquelas manchas do Santó Sudário, de bordos nítidos,
que reproduzem com fidelidade inigualável a forma dos coágulos
que se formaram naturalmente sôbre uma pele. Isto, entre parênteses,
j á cortará antecipadamente as asas à escapatória que não
àeixará de aparecer entre as fileiras
·dos adversários do Santo Sudário,
no, dia em que os exames físicos, que reclamamos há tanto
tempo à inércia dos proprietários, provarem cientificamente que
a coloração das manchas é de origem sanguínea.
Na falta destas experiências decisivas, foi precisamente, o
estudo destas imagens dos coágulos que me levaram à convicção
de que eram, sem sombra de dúvida, decalques diretos de sangue
coagulado. A título de exemplo vou descrever um dêles mais detalhadamente,
a propósito da coroação de espinhos (Vide cap. 4.0, D) .

Mas, como se pode perceber fàcilmente, não poderei fazer a mesma
demonstração para tôdas e para cada uma das imagens sanguíneas.
Para qualquer cirurgião são de um realismo impressionante, tal
como nunca vi em pintura alguma.
Todos os pintores, além de representarem chagas sem relação
com a realidade, pintam, em geral, fluxos de sangue com bordas
mais ou menos paralelas, e ainda nos daremos por felizes quando
forem respeitadas as leis da gravidade, fazendo-os descer por
exemplo da mão para o cotovelo. Mas isto é sangue líquido que
flue, não são coágulos. E, crêem êles serem desta forma realistas.
Sôbre a Mortalha não há sangue que tenha escorrido; lló
há coágulos decalcados ; que representam a parte do sangue que
se coagulou sôbre a pele, ao escorrer_ sôbre ela. Se, algumas vêzes,
falo de fluxos ou derramamentos de sangue, ao descrever o Santo
Sudário, é porque êstes coágulos lembram, no passado, o sangue
que foi derramado e escorreu sôbre a pele : da mesma forma que
uma bela caligrafia evoca em sua imobilidade o movimento da
pena que a traçou.

As pinturas que pretendem ser as mais realistas são, na realidade,
as que contêm os erros fisiológicos mais grosseiros. Aliás,
esta regra ultrapassa largamente o campo dos vestígios sanguíneos.
Geralmente, quanto mais o autor de um Crucifixo se esforça
em representar, para nos comover, as atrocidades do suplício, mais
se afasta da verdade. Sei que me exponho à lapidação, mas é
necessário que o diga: se aprecio o valor pictório de um Grünewald,
as contorsões de seu Crucificado, são para mim simplesmente grotescas.
A Paixão, garanto-vos eti, é muito mais simples e infinitamente

mais trágica do que isso.
Compreende-se agora o que escrevi depois da exposição de
1 933, no opúsculo "Les Cinq Plaies". Já sabia, pelo estudo dos
vestígios sanguíneos, que fôra verdadeiramente sangue o que formara
essas imagens de coágulos. Reconhecera-as logo como quem
reconhece um semblante familiar ao contemplar sua fotografia.
Estava, no entanto, erradamente convencido de que êsses sinais
tinham a mesma côr que o resto. Não vira eu, com efeito, imagens
monocromas sôbre o Santo Sudário, à luz elétrica? Repentinamente,
à luz do dia, as vi com aquela coloração carmínea que veio juntar
um último argumento a minha convicção já firme. Bem que tinha.
portanto, o direito de escrever, sem descartar, está claro, ulteriores
detenninaçóes e pesquisas cientíiicas: "0 cirurgião compreendia,
sem poder disso duvidar, que era sangue o que impregnara êsse
pano, e êsse sangue era o sangue de Jesus Cristo". Minha atitude
rra então certamente mais científica do que a daquêles que se

recusam a olhar para o Santo Sudário.
Será que acabamos com isso o estudo dêsses coágulos? Mas,
qual! ainda estamos longe e restarão sempre imensas dificuldades
por resolver. A espectroscopia, as fotografias em tôdas as faixas
do espectro, em particular no infra-vermelho, a radiografia, e
tudo o mais que pudermos imaginar além disso, uma vez que o
exame químico parece quase impossível de se obter; tôdas
35
estas pesquisas dir-nos-ão talvez um dia que um cadáver coberto
de chagas permaneceu durante umas tantas horas nessa Mortalha.
Nada, porém, nos conseguirá explicar como dela saiu, deixando
intactas e belas, sôbre êsse Sudário ã cópia impressa de seu corpo
o os vestígios de seu sangue derramado. Um homem - não conseguiria
produzir resultados corno êsses, mesmo com o cadáver de

outro, sem os estraga.
Eis um fato que -Vignon já ilustrou convenientemente. Quando
se decalca um coágulo sôbre um pano, e, em seguida, se descola,
somente uma parte do coágulo permanece fixada sôbre o
pano, a outra fica sôbre o suporte. Haverá, portanto, necessàriamente
furos e falhas nas imagens dos coágulos sôbre o pano. Ora,
os decalques que ficaram no Santo Sudário estão perfeitamente
intactos, inteiros, reproduzindo a familiar imagem de um coágulo
normal. No atual estado de nossos conhecimentos, (não quero
julgar o futuro) , isto é cientificamente inexplicável.
Bem sabemos que êsse corpo ressuscitado, glorioso, podia tão
fàcilmente libertar-se da Mortalha como entrar no Cenáculo
"januis clausis - de portas fechadas". - Esta última dificuldade
nos faz tocar com o dedo, humanamente falando, uma quase impossibilidade
material. Neste caso, a ciência só tem que se calar
porque isto não estará mais sob seu domínio. Mas, o sábio, êste
sim, poderá pelo menos entrever aí uma prova tangível da

Ressurreição.
Quando imprimi a 1.a edição de "Les Cinq Plaies", fui à Escola
Prática, levá-la a meu velho amigo, o Professor Hovelacque para
que a lesse. Era êle um verdadeiro apaixonado pela anatomia,
que ensinava na Faculdade de Paris, mas estava longe de ser um
crente. Aprovou com crescente entu.siasmo minhas experiências e
conclusões. Quando acabou de ler, depositou o opúsculo e, meditando,
ficou em silêncio por alguns momentos. Depois, explodin··
do de repente, com aquela bela franqueza que consolidara nossa
llJD.Ízade, exclamou : "Mas, então, meu velho? . . . Jesus Cristo
ressuscitou!" Raramente em minha vida tenho tido emoções tão
profundas e tão doces como a provocada por essa reação de um
incrédulo perante um trabalho puramente cientifico do qual tirava
êle mesmo as incalculáveis conseqüências. Espero que Deus lhe
tenha dado urna recompensa por esta lealdade, quando morreu,

alguns meses mais tarde.


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